Redação

Publicado em 07/04/2008 - 16h35

Thomas Edison foi considerado durante um século o pai da gravação sonora, após ter gravado a letra da canção "Mary had a little lamb" numa folha de alumínio. Recentemente, pesquisadores revelaram terem descoberto uma gravação de voz humana, realizada por um francês menos conhecido, que antecede em duas décadas o feito de Edison.

A gravação de 10 segundos de um cantor folk cantando a canção "Au Clair de la Lune" foi descoberta no início deste mês num arquivo de Paris por um grupo de historiadores de áudio americanos. Sua produção, segundo os pesquisadores, ocorreu em 9 de abril de 1860, sobre uma "phonautograph", uma máquina concebida para gravar sons visualmente, não para reproduzi-los de volta. Mas a gravação do phonoautograph, que pode ser chamada de phonoautogram, foi feita tocável, graças à conversão dos registros no papel para sons por cientistas do Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley, na Califórnia.

O inventor, o parisiense Édouard-Léon Scott de Martinville, era compositor e acreditou até a sua morte que os créditos de Edison haviam sido equivocados. O dispositivo de Scott tinha uma corneta em forma de barril anexada a um estilete, que esboçava ondas sonoras em folhas de um papel esfumaçado por um candeeiro que emitia fumaça de petróleo. A idéia de reprodução de áudio não tinha sido concebida, as gravações não eram destinadas para ouvir. A intenção do inventor era criar um documento que carregasse um discurso humano, e que pudesse ser posteriormente decodificado.

Os cientistas de Lawrence Berkeley utilizaram então uma técnica de leitura óptica de imagens, que permitiu a leitura e reprodução das marcas presentes na fuligem das folhas de mais de um século e meio de idade. Os cientistas pertencem a uma cooperação informal chamada First Sounds, que também engloba diversos historiadores de áudio e engenheiros de som.

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