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Revista Luz & Cena
Opiniões, ideias e novidades sobre tecnologia, música e áudio
Somos seres não lineares
Postado por Miguel Ratton em 06/02/2012 - 15h05
Vários dos nossos sentidos têm um comportamento não linear. Nossa percepção sobre alguns fenômenos que acontecem à nossa volta nem sempre tem uma relação idêntica à forma que usamos para aferi-los. Em outras palavras, nossas escalas de percepção são diferentes das escalas que usamos para medir esses fenômenos.

A maneira como manipulamos os sons, por exemplo, se dá por processos não lineares. Os aumentos que aplicamos à intensidade sonora, para que possamos sentir efetivamente as variações de dinâmica, seguem uma curva exponencial. Assim, para criarmos um crescendo no som de um instrumento, precisamos ir aumentando cada vez mais o nível de pressão sonora produzido por ele. Por isso adotamos a escala de decibéis, muito mais conveniente para os nossos ouvidos do que as medidas diretas de variação da pressão no ar. Da mesma maneira, usamos uma escala musical em que somamos ou subtraímos semitons, tons e oitavas em vez de lidar com valores baseados em expoentes fracionários. Até mesmo as figuras de ritmo têm relações não lineares, do tipo 1/2, 1/4, 1/8, etc.

Mas a não linearidade do nosso corpo vai além dos sentidos auditivos. Nossa percepção da variação de intensidade do brilho da luz também segue uma curva exponencial. E o mesmo ocorre com as variações de temperatura, onde incrementos iguais em graus não nos produzem sensações iguais de aumento de calor.

As características não lineares não estão apenas nas funções orgânicas. Quem tem mais de quarenta anos há de concordar que parece que os últimos dez anos passaram mais rápido do que os dez anos anteriores, e assim por diante. Ou seja, nossa escala de percepção do tempo também não é linear. O mesmo acontece com algumas áreas da nossa mente, como o conhecimento que adquirimos durante nossas vidas, que cresce de forma espantosa, havendo sempre espaço para mais informação. O cérebro parece um poço sem fundo, onde vamos jogando cada vez mais informações, mas nunca fica cheio.
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