Ultrapassando os limites do estéreo
Postado por Miguel Ratton em 22/11/2011 - 11h38
Apesar da enxurrada de recursos e possibilidades que a tecnologia oferece atualmente, as inovações sonoras não aparecem na mesma proporção. Por exemplo, acho que a busca por novas estéticas de sonoridades era muito maior há 50 ou 60 anos do que hoje. Os pioneiros da música concreta dispunham apenas de gravadores magnéticos e pouquíssimos equipamentos eletrônicos, mas conseguiam ir muito além do que já existia. Será que não resta mais nenhum som diferente a ser criado?
Na década de 1970, o Pink Floyd explorava o som espacializado usando um sistema quadrafônico. No Brasil, na mesma época, cheguei a assistir um concerto de música eletroacústica em que o som, ainda que precário, era reproduzido por um sistema em volta do público. Hoje, com o nível de qualidade altíssimo que já temos, me parece desnecessário aumentar ainda mais a resolução e a taxa de amostragem do áudio. Acredito que o que pode tornar a audição de música mais interessante e nos proporcionar novas experiências sensitivas é a imersão sonora. No cinema isto já é realidade há vários anos, mas nos espetáculos musicais praticamente ninguém explora essas possibilidades. Não por falta de tecnologia. Uma boa tentativa neste sentido é a concepção da nova turnê d'O Rappa, em que a mixagem aproveita-se de duas torres de PA adicionais, posicionadas lateralmente atrás do público. O resultado é uma gama de novas possibilidades, ultrapassando os limites do som linear na frente do palco. Os detalhes desta experiência estão na edição de dezembro da AM&T. Deixe seu comentário
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