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Revista Luz & Cena
Lugar da Verdade - Enrico De Paoli
Neste espaço, Enrico De Paoli fala de suas experiências e histórias em engenharia de música, estúdios e shows.
Fala também do mercado musical e fonográfico e de suas tecnologias.
Listando posts com a tag VU Ferramenta.
Postado por Enrico de Paoli em 01/06/2010 às 00:00
Eles estavam em toda a parte. Nos amplificadores de potência, em gravadores cassete e, até, nos populares "três em um". São os famosos ponteirinhos, formalmente chamados de VU (voltage unit). Eles existiam, justamente, por conseguirem mostrar a variação do volume do áudio na mesma velocidade que nossos ouvidos percebiam o som. Os VUs, então, com seus 0db calibrados para um determinado valor, permitiam que lêssemos o volume da música na qual estávamos trabalhando.

Mas que importância isso tem? Hoje em dia, trabalhamos com áudio digital. A preocupação dos fabricantes dos sistemas é para que os usuários não clipem o sinal. Já sabemos que em áudio digital não existe depois do 0db. Logo, se algo tentar ultrapassar o teto máximo, a ponta da onda é automaticamente clipada, ou cortada fora, causando um aquadradamento que, como sabemos, também gera um som terrível. E os VUs?

Pois é. como os sistemas digitais só utilizam os Peak Meters, estes medem apenas os picos do áudio e da música, e não o nível médio de volumes, conforme nossos ouvidos escutam. Após a mixagem, você já se perguntou o porquê de cada música estar com um volume diferente? Simples! Todos nós queremos, ou deveríamos querer, gravar o áudio o mais quente (alto) possível. Então, fazemos de tudo para os nossos meters registrem quase no máximo, mas sem chegar ao vermelho. Se temos uma música com picos extremamente rápidos, imperceptíveis à velocidade dos nossos ouvidos, mantemos o áudio baixo o suficiente para que esses picos não alcancem o vermelho. Em uma música sem esses picos, conseguimos fazer com seu volume seja mais alto, sem que pico nenhum chegue perto do 0db (vermelho digital). 

Porém, quando mixamos uma música, não estamos sempre a comparando com as outras do disco já mixadas. No final do projeto, ao ouvirmos todas as faixas, nos deparamos com a triste surpresa de que cada mix soa com um volume diferente. Inevitavelmente, tendemos a gostar mais das que soam mais alto, e menos das mais baixas. Saudades das velhas agulhinhas, ou ponteirinhos? Para isso eles serviam...

Se você se habituar a mixar sempre medindo o volume da sua música pelos VUs, terá muito mais noção do nível médio de cada mix. Mas onde encontrar VUs hoje em dia?  Dentro dos próprios softwares. Existem VUs em plug-ins da Waves, Bomb Factory, PSP, entre outros. VUs: antigos sim, antiquados nunca.

Enrico De Paoli é engenheiro de gravação, mixagem e masterização de música. Créditos incluem de Ray Charles a Djavan. Em breve, mais um grande disco sendo terminado!  cartas@enricodepaoli.com.
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