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Revista Luz & Cena
Neste espaço, Enrico De Paoli fala de suas experiências e histórias em engenharia de música, estúdios e shows.
Fala também do mercado musical e fonográfico e de suas tecnologias.
Sedução
Postado por Enrico de Paoli em 09/08/2010 - 00h00
Ela chega de mansinho, atrai, e aos poucos vai fazendo com que nós queiramos mais e mais. Aconteceu nos anos 80, quando músicos se viram não resistindo às "novidades tecnológicas", que na época se resumiam a pedais, porta-estúdios e baterias eletrônicas. De fato, eram irresistíveis! Faziam com que todo mundo virasse dono da banda.

Nos anos 90, a "novidade" foi que essa tecnologia, com um fatal poder de atração, transformasse todos os músicos em tecladistas. Os workstations, teclados sintetizadores e/ou samplers com altíssimo poder de programação e seus sequencers e baterias eletrônicas embutidos, permitiam com que todos os músicos virassem produtores e arranjadores. Os computadores pessoais, conhecidos como PCs, migraram da sala ou escritório para dentro do estúdio. Praticamente ainda não gravavam áudio, mas gravavam MIDI e tinham um poder de edição enorme, que praticamente fez nascer os home studios e as produções independentes. De repente, todo mundo era tecladista, arranjador e produtor. Mas e os antigos e famosos (e necessários) músicos? Não adianta. Não dá tempo de fazer tudo. A quantidade de excelentes instrumentistas estava diminuindo. Muita gente fazendo coisas ótimas. Produções "caseiras" invejáveis. Muitas que iam até parar em grandes discos, no mundo todo mas este mesmo mundo estava fabricando menos músicos.

Chegou então o esperado ano 2000. Esperava-se "chegar ao futuro". E de fato, foi mais ou menos isso que aconteceu. A revolução digital deu origem a outra maior ainda: a revolução virtual. No nosso assunto, isso quer dizer plug-ins. Hoje não precisamos mais ter equipamentos. Tudo ficou descartável. Plug-ins não ocupam espaço. Parecem nunca ser suficientes. Precisamos realmente disso tudo? Será que não é possível fazer uma grande mix com os plug-ins "que já vêm no sistema"? Sim, dá. Essa febre fabrica grandes entusiastas. Rende resultados tecnológicos inimagináveis, mas definitivamente tira do foco a música. A engenharia de áudio feita para a música. Não dá pra dizer se isso é bom ou ruim. Simplesmente é como é. É o que está acontecendo. Da mesma forma que ver um grande instrumentista, hoje em dia, é um bálsamo de tanta beleza, ver um engenheiro de mix fazendo um disco para a música também o será em breve.
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