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Revista Luz & Cena
Neste espaço, Enrico De Paoli fala de suas experiências e histórias em engenharia de música, estúdios e shows.
Fala também do mercado musical e fonográfico e de suas tecnologias.
Para que existem tantos plug-ins?
Postado por Enrico de Paoli em 02/03/2010 - 00h00
Qualquer que seja o software de áudio escolhido, ele já vem com, ao menos, as ferramentas básicas. Aliás, até mais do que básicas. Dá para fazer bastante coisa ali. Então, para que existem tantos plug-ins à venda no mercado? O primeiro motivo é quase óbvio. Vivemos na era do marketing, nos fazendo acreditar que precisamos demais do que está à venda. Se não tivermos, não somos "bons o suficiente", não somos capazes. Então, logo acreditamos que "os plug-ins que vêm junto" não prestam. Então, vamos deixar claro o seguinte: NÃO existe essa regra. Existem produtos inclusos ÓTIMOS, assim como existem plug-ins à venda não tão bons. Mas tem mais.

Nem sempre um plug-in, por mais caro e nobre que seja, serve para todas as situações. Mas, antes disso, para que mesmo tantos plug-ins? Bem, de fato não é somente o marketing. Vamos lembrar que vários desses softwares foram feitos em cima de designs reais, emulando equipamentos de verdade. Esses equipamentos de verdade naturalmente geravam características diferentes nos timbres. Mas... como assim? Uma válvula gera um tipo de distorção harmônica. Um transistor tem características diferentes. Designs com as mais variadas disposições têm comportamentos mais diferentes possíveis em timbres, em regiões de frequências, em faixas de ganhos, em tempo de resposta, etc., etc., etc. Se somarmos essas infinitas variações de características que um equipamento ou plug-in tem aos mais variados tipos de tracks com informações musicais variadas, temos uma vasta gama de possibilidades.

Pensemos em um compressor. Já escrevi exaustivamente sobre compressores, mas acho que nunca será o suficiente (risos). Um LA2A tem como característica trazer a região mediana da dinâmica para volumes mais altos. Por causa do design, isso acaba realçando frequências em torno de 400 ou 500Hz em muitos casos. Logo, se sua sessão tem um track magro de voz, o uso do LA2A pode engordar harmônicos nessa região e resolver seu problema como nenhum outro plugin. Porém, por mais nobre que seja esse design, se você usá-lo em uma voz já anasalada, os resultados podem não ser tão bonitos.

Equalizadores. Para que tantos? Experimente fazer um teste. Abra dois EQs diferentes em um mesmo track. Coloque 5dB de 100Hz em cada um, e deixe os dois em bypass. Agora, ative um deles e ouça o resultado. Coloque novamente em bypass e imediatamente ative o outro. Provavelmente os resultados serão completamente diferentes. Por quê? Se fossem equipamentos reais, a resposta é simples. Como dito antes, diferentes designs e topologias causam diferentes comportamentos no timbre. Plug-ins são nada mais, nada menos, do que fórmulas complexas de cálculos que alteram o áudio digitalizado. Porém, cada plug-in tem fórmulas completamente diferentes e, com isso, causam resultados distintos nos timbres. Assim como nos equipamentos reais, nem sempre essa alteração no timbre combina com a música.

Mas a gente precisa ter todos? Claro que não. Pense nos plug-ins (ou equipamentos) como ferramentas. Existe o básico necessário. Outras são ferramentas peculiares, específicas. Mas, no fim, o que vale é o que você está acostumado a usar. E como sempre, não use nada aleatoriamente. Independente do plug-in ser caro, ou barato, respeite o que você ouve, e tome suas decisões baseadas somente nos seus ouvidos. No final, ninguém vai saber o que você usou, mas vai saber se a música move, ou não.
Tags: plug-ins
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