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Revista Luz & Cena
Neste espaço, Enrico De Paoli fala de suas experiências e histórias em engenharia de música, estúdios e shows.
Fala também do mercado musical e fonográfico e de suas tecnologias.
Self-Service na Mix
Postado por Enrico de Paoli em 01/12/2009 - 00h00
Então, começamos uma mix. E o mais importante é o momentum. Não deixar o pião parar de girar. Durante uma sessão de mixagem, parar para pensar em qual reverb ou delay utilizar pode causar um hiato difícil para recuperar o fio da meada depois. Claro... paradinhas para o café, ou descontrair com o seu cliente pessoalmente, ou virtualmente, têm o seu valor. Dar cinco minutinhos de descanso aos ouvidos, também. Mas perder o pique por motivos técnicos não é a melhor das opções. Sendo assim, aqui vai uma sugestão: antes de começar a mix, faça na sua sessão um self-service de reverbs, delays e, talvez, pitch-shifters (chorus / flangers / doublers).

Há algum tempo, essa técnica só era possível se a mixagem estivesse ocorrendo em um estúdio milionário. Não tínhamos equipamentos o suficiente para sair abrindo efeitos na mesa assim. Hoje é mais fácil. Em seu console virtual, dentro do seu computador, crie alguns canais auxiliares. Então, adicione três reverbs, um curtinho a la Room; outro médio, tipo Plate; e um Hall. Crie também alguns canais auxiliares para delays. Novamente, um curtinho, tipo slap; um médio; e também um longo. Neste caso, como não sabemos exatamente o quanto de feedback vamos querer, é possível utilizar o próprio auxiliar do canal do delay endereçado para ele mesmo. Dessa forma, você fabrica o feedback, que ainda pode ter automação durante a mix. 

Começou a mix. não se preocupe agora em solar cada canal e ouvir independentemente. Lembre-se de que você está regendo músicos e o que cada um está tocando faz sentido se em contexto com os outros. Às vezes, um timbre pode parecer magrinho sozinho, mas complementa otimamente bem o arranjo desta forma. Como sempre, imagine o seu Soundstage, ou Palco Imaginário. Posicione seus músicos nesta área, e comece a se divertir com o self-service! Duas coisas SUPER importantes agora: ninguém disse que um elemento precisa ter um reverb estático no mesmo volume do início ao fim da música. E também, o que faz um som parecer molhado é justamente contrasta-lo ao lado de um outro som seco. Sim, nosso cérebro é muito comparativo. 

Além disso, não existe uma regra dizendo que se uma máquina (ou plug-in) de reverb ou delay está em uso para um instrumento, ela não possa ser usada em outro. Daí a graça de mixar em um self-service em vez de um a la carte. 

Bon appetit!

Enrico De Paoli é chef de mixes e masters em seu Incrível Mundo Studio.  www.EnricoDePaoli.com - emails para  cartas@enricodepaoli.com.
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