Fotos: André Luiz Mello
Realizada entre os dias 30 de janeiro e 3 de fevereiro, a quarta edição do Festival de Verão de Salvador levou ao Parque de Exposições aproximadamente 42 mil pessoas por dia para assistir a 65 atrações musicais divididas em três palcos. O Palco 2002, arena principal do evento, reuniu as estrelas nacionais e dois nomes internacionais que foram sonorizados pela empresa João Américo. Foi lá que pela primeira vez os técnicos dos artistas conheceram as novas caixas de line array - desenvolvidas pela própria locadora e pelo engenheiro Carlos Correia. Na entrevista, Vavá Furquim, sócio da João Américo Sonorização, comenta o áudio do festival, o mercado brasileiro e a urgência em adquirir novos equipamentos. E declara: "o marketing do line array é mais poderoso que a ferramenta".
Direção de Produção e de Palco
"Minha filosofia é: 100% paranóia, nos detalhes moram Deus e o Diabo". A frase, dita por Pena Schmidt, um dos mais conceituados profissionais dos bastidores do showbiz nacional, sintetiza o que deve ser o ofício de produtores executivos, diretores de produção e diretores de palco. E não há como não seguir a frase num evento que teve a média diária de 42 mil pessoas durante cinco dias, numa área de 90 mil metros quadrados. Para o diretor de produção do Festival de Verão de Salvador, Charlles Nogueira, o principal conceito é a interação entre os vários componentes do festival. "A produção interage com a direção artística, que interage com a parte de bilhetes, que interage com o marketing, que interage com o patrocinador".
Palco 2002
Lampirônicos, Supla, Gabriel o Pensador, Alexandre Pires, Zélia Duncan, Araketu, O Rappa, Kid Abelha, KLB, Djavan, Skank, Chiclete com Banana, Asa de Águia, Maxi Priest, Big Mountain, Cidade Negra, Timbalada, Planet Hemp, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Gilberto Gil, Titãs, Raimundos, Mambolada, Banda Eva, Jorge Aragão, É o Tchan e Harmonia do Samba.
Como o conceito do festival é o de oferecer um palco principal mas com dezenas de atividades paralelas como shows menores, mercado de moda, arena de esportes e áreas de entretenimento, Charlles diz que foi necessário dar atenção a estes componentes e não apenas aos shows de maior prestígio. "O sentido único é o conforto do público". No ofício há mais de 20 anos, Charlles já produziu turnês de artistas nacionais e internacionais no Brasil, além de ter participado do Rock in Rio II e de eventos para a televisão. Também foi vice-presidente do Grupo Roberto Carlos.
Outra característica é a mistura de tendências musicais. Numa mesma noite, o palco 2002 recebeu gêneros rock, pop, samba, axé e romântico. "Salvador é quase o único lugar em que isso é possível, pela mistura que o carnaval propõe, pela mistura de raças, de cultos. Existe uma respeitabilidade muito grande do público com os artistas", argumenta Charlles. Mesmo assim, foram notórias as vaias para Alexandre Pires no último dia do festival ao dividir o microfone com Gilberto Gil - que encerrava a noite - na canção Nos Barracos da Cidade.
Quem também tinha como missão prestar atenção nos detalhes era William Macedo, stage manager do palco principal. No mercado há 12 anos, participou de turnês de artistas nacionais e internacionais, campanhas de marketing, além de eventos especiais para a TV Globo e para o SBT. Assim como o diretor de produção Charlles Nogueira, William participa desde 2000 do festival (que começou em 1999). Cada uma das cinco ou seis atrações (conforme a programação do dia) tinha 30 minutos de montagem de backline e uma hora para a passagem de som, que se iniciava às dez horas da manhã (o palco deveria estar pronto às 18:30h, o que coincidia com a abertura dos portões do parque de exposições. Os shows começaram às 19:30h). Pelas dimensões do palco e do backstage, era possível abrigar três atrações simultaneamente: enquanto uma passava o som, outras duas montavam seus respectivos sets. Funcionando quase que 24 horas por dia, o palco 2002 era apoiado por cerca de 40 pessoas (20 por turno) entre carregadores e motoristas.
O diretor de palco se define como tranqüilo, mas enérgico quando necessário: "Vou mais na boa, vou conversando. Ser diretor de palco num festival é complicado, são seis bandas por dia. Se você estressar demais as equipes, começa a criar um grande problema. Eu vou com pressão, mas nunca parto para uma agressão verbal. Mas eu cumpro horário: entrou no palco tem que sair na hora, não tem discussão, não adianta o artista achar que tem que ser privilegiado, para mim não tem diferença entre um artista menor e outro maior".
Foi necessário dar soluções, principalmente pelo atraso da chegada das equipes dos artistas (muitos fizeram shows em dias anteriores aos das suas apresentações no Festival de Verão). "Se for um atraso do qual o artista não tenha culpa, você tenta ajudá-lo, e neste caso só resta fazer o line check. A coisa complica quando a banda faz um show um dia antes em Manaus e tem que cumprir o nosso cronograma".
Para dar suporte às equipes de cada artista, quatro roadies de Salvador foram contratados pela produção do evento: Bira Tiara (coordenador), Jefferson Rasta, Branco Silva e Cristiano Lisboa. Como experiência, passagens pelas edições anteriores do festival e também atendendo a Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Margareth Menezes e Timbalada. Além de ágeis, revelaram-se preparados para enfrentar praticamente qualquer problema, haja vista as cases que acomodavam acessórios para instrumentos, ferramentas e outros utensílios que nem sempre são encontrados em poder de outros roadies (além de baterias, um set de percussão, bancos e estantes que foram alugados para a produção). Contatos: Bira (71) 9942-8494 e Rasta (71) 9979-8223/ 9132-7423.
Foi combinado que as atrações de abertura e de encerramento teriam uma hora de show, enquanto as outras teriam 1:15h. As trocas de palco duraram em média 15 minutos.
Para assegurar o cumprimento dos horários estabelecidos, William sondava a produção de quem se apresentava faltando 20 minutos para completar o tempo previsto. "Eu também não sou um carrasco, mas preciso saber quantas músicas a banda ainda tem para tocar, com isso eu já calculo quanto tempo vai levar. Quando faltam cinco minutos eu preparo toda a equipe de palco". Já foi necessário cortar o som? "Já, mas é uma medida extrema. Eu evito fazer isso. No ano passado o É o Tchan! já havia passado 15 minutos do previsto. Eu fui até a mesa e pedi para desligá-la".
Sonorização
Na manhã do quarto dia de festival, M&T entrevistou Vavá Furquim, sócio da João Américo Sonorização, e que na ocasião coordenava os técnicos da empresa. Já trabalhou em shows no Brasil e no exterior com Caetano Veloso (de quem opera o PA há dez anos), Alceu Valença, Carlinhos Brown, Ney Matogrosso, Daniela Mercury e Gilberto Gil. "Viajo ao exterior desde 1983 e esse leque de artistas me deu visões diferentes. Mas foi Caetano quem me colocou em um ambiente de grande qualidade técnica".
Geral do palco sendo montado para a Timbalada
Freqüentar os melhores circuitos musicais no exterior e estar à frente de uma prestadora de serviço no Brasil fazem Vavá conviver com duas realidades bem diferentes, apesar das melhorias observadas entre brasileiros. "O técnico estrangeiro tem informação musical e técnica, acadêmica. É isso que devemos aprender. O que a gente pode ensinar pra eles é o swing, o jogo de cintura. Não é o jeitinho brasileiro, não existe mais espaço no Brasil para gambiarra", observa.
Ao mesmo tempo em que comemora o novo projeto da empresa, um sistema de caixas acústicas line array que deve estrear completo ainda neste ano (veja box a seguir), Vavá ressalta que 2001 foi um período difícil para as empresas de som: "estamos há algum tempo sem conseguir fazer os investimentos necessários em termos de equipamentos e na parte de superfície de contato como mesas e periféricos. Talvez não tivesse o almejado pelos técnicos dos artistas, mas não faltou equipamento para que desenvolvessem o seu serviço. O nosso PA já tem 14 anos - nós temos ciência do que é esse equipamento. Nós mesmos reclamamos das nossas deficiências e trabalhamos em cima disso. Então esperamos em breve corresponder com o que o nosso cliente precisa".
E não é mesmo fácil inserir novos aparelhos a toda hora, pois devido ao porte da empresa, até o processador Lexicon 480 L praticamente se "perde" no meio de tantos racks e consoles na house mix. Para Vavá, neste momento, o diferencial tem que ser outro: "simpatia, atendimento, tornar isso aqui uma coisa prazerosa pra gente e para os outros técnicos". Por outro lado ele faz uma constatação: "a João Américo é muito bem relacionada com o mercado".
Ciente de que equipamento não é tudo, procurou reforçar a parte da informação interna da equipe tendo como base a experiência nas outras edições do Festival de Verão. "Então digitamos os riders na nossa forma de trabalho, fazendo um patchlist, com o input para todas as mesas, de forma a cruzar as informações, para que isso não fosse feito no palco, na pressa. Nós trouxemos o computador para dentro do palco", explica. E - completa - "caiu do céu uma pessoa com boa vontade e toda a base de informação necessária para fazer isso". O técnico em questão é Aquitê Moreno, que durante o evento atualizava quando necessário os input lists. Isso permitiu uma maior integração entre as equipes de monitor, PA, energia, backline, microfonação e patch.
As caixas acústicas do PA (L/R) de cinco vias foram distribuídas em quatro níveis: caixas de subgraves no chão (2×18") e caixas de graves (2×15") e médias-altas (2×12", driver e quatro tweeters) posicionadas nos três andares acima dos subs. A house mix ficou a 40 metros do palco e abrigou controles de luz e quatro kits de mixagem compostos por duas Midas XL-200, uma Soundcraft Europa e uma Allen & Heath ML-5000, além de seus respectivos racks.
Foram distribuídos três pontos de delay: um central (posicionadas acima da house mix) com quatro unidades das novas caixas line array, e duas torres a 60 metros do palco contendo três caixas de três vias (2×12", driver e quatro tweeters) e três subgraves (2×18") cada. Sobre o fato de utilizar subgraves no delay, Vavá argumenta: "estamos confirmando a maneira errada de se fazer delay no Brasil. O delay está bom quando você não percebe. Agora: quantas e quantas vezes você já não teve que pegar o cliente e 'enfiá-lo' dentro da caixa para ele acreditar que aquilo está ligado?".
No alinhamento do sistema foi aplicado o software JBL SMAART, enquanto que no gerenciamento o equipamento empregado foi o XTA. "Mas o ajuste fino mesmo foi feito de ouvido", diz.
As consoles de monitor (três Soundcraft SM-16 e uma MidasXL-250) funcionaram todas independentes. E o próprio Vavá explica esta e outras novidades implantadas recentemente e que, segundo ele, dão mais agilidade às trocas de artistas: "os técnicos estão livres para fazer um line check das suas bandas. Temos subsnakes bastante longos, que podem chegar do outro lado do palco para quem quiser checar fora dele. E também sistema de multipino para todo o equipamento. Estamos seguindo as regras básicas. Não é nenhuma mágica não".
Consoles de PA
Como em cada dia de show até seis atrações chegaram a se apresentar - e só havia quatro consoles de PA e quatro de monitor - Vavá Furquim diz que não faz distinção entre os artistas: "se nós temos seis apresentações e quatro mesas, eu tenho que começar com quatro apresentações montadas. Isso é lógico. Eu não vou privilegiar uma última banda, reservar uma mesa para ela, e me dar o luxo de errar para uma outra banda. Porque cada vez que você monta, desmonta e remonta, é um convite ao erro. E mapeio para as duas primeiras mesas (que foram usadas nas primeiras duas bandas) as duas últimas atrações", explica.
Line Array Verde e Amarelo
A seguir, Vavá Furquim comenta o novo projeto de caixas acústicas de PA baseado nos fundamentos do line array, e que estão sendo desenvolvidas pela João Américo Sonorização. As primeiras quatro unidades foram utilizadas no Festival de Verão de Salvador como um delay central, instaladas acima da house mix. Enquanto fechávamos esta edição, soubemos que no final de fevereiro, as mesmas quatro caixas estrearam como PA principal durante o projeto Solaris, promovido pela TV Bahia e com posterior exibição na TV Salvador, que abre espaço para bandas emergentes do pop/ rock local. Foram complementadas por dois subgraves por lado.
O quê já está definido sobre as novas caixas line array desenvolvidas por vocês?
É uma caixa de três vias, toda dupla. São dois falantes de 12", dois de 10" e dois drivers de 2". O mundo do áudio deu um passo muito interessante com o line array. Isso veio mexer com a cabeça das pessoas, principalmente aqui neste lado do mundo. Eu acho que é o marketing americano. O line array está longe de ser uma ferramenta única para resolver a sonorização de um show. Eu fui participar [da cerimônia de entrega] do Grammy Latino [que acabou não acontecendo por causa dos atentados aos EUA] e a Clair não estava usando só line array. Tinha outros tipos de caixas que estavam compondo aquela sonorização. Agora a gente vai buscar a amplificação necessária com a Ciclotron, na linha deles ou num modelo desenvolvido para a gente. Ela terá amplificação externa.
Ainda há espaço para caixas planas e caixas cornetadas?
Lógico! Sistemas cornetados e planos sempre vão existir. A empresa agora vai se debruçar nesta caixa para entendê-la também, porque ela foi desenvolvida mais pelo Carlos Correia. Uma característica da empresa é que nós trabalhamos com equipamento cornetado. É uma timbragem diferente, é criticada, é elogiada. Você pode ter equipamentos cornetados de altíssima qualidade e eficiência.
Você vê a possibilidade de se conjugar um PA com caixas line array e caixas cornetadas, ou caixas planas?
Claro! Está longe de o line array resolver tudo sozinho.
É prematuro afirmar que este sistema vai estrear no próximo Festival de Verão de Salvador?
Eu não quero marcar data, mas estamos trabalhando para disponibilizá-lo ainda este ano. Porque também temos outras coisas a fazer, como construir um outro PA que não seja line array. Precisamos ter um leque maior de ferramentas dentro da empresa.
Relação de Equipamento - João Américo Sonorização
Sistema de PA
Consoles
02 Midas XL-200 (48 inputs)
Soundcraft Europa (44 inputs)
Allen & Heath ML-5000 (48 inputs)
Periféricos
Behringer Autoquad XR-2400 quad expander/gate
Behringer Tube Composer T-1952 valve dynamic processor
02 BSS DPR-404 four channel compressor/de-esser
BSS DPR-504 four channel noise gate
03 dbx 160-A compressor/limiter
12 dbx 160-XT compressor/limiter
dbx DDP digital dinamics processor
03 Drawmer DS-404 four channel gate
Eventide H-3000 D/SE ultra harmonizer
03 Klark-Teknik DN-360 graphic equalizer
05 Klark-Teknik DN-504 quad compressor/limiter
06 Klark-Teknik DN-514 quad auto gate
Klark-Teknik DN-6000 audio analyzer
Lexicon 480-L digital effects processor
02 Lexicon PCM-70 digital effects processor
03 Lexicon PCM-80 digital effects processor
02 TC Electronic TC-1128 programable equalizer/analyzer
05 XTA DP-226 speaker management system
XTA GQ-600 dual channel graphic equalizer
Yamaha SPX-1000 digital effects processor
02 Yamaha SPX-900 digital effects processor
04 Yamaha SPX-990 digital effects processor
Players
02Denon DN-600 F compact disc player
Pioneer MJ-D 707 mini disc player/recorder
Tascam 112R-MkII tape deck player/recorder
Comunicação
Axxent MS-200 master comunication station
Clear-Com 501 single channel intercom system
Clear-Com Two channel main station intercom system
Energia
03 Zerotron PL-1200 D power conditioner
02 Zerotron PL-1200 power conditioner
Caixas acústicas/ amplificadores
04 RCF Process Control - center fill set
48 JAS Custom Mid-High - PA set
48 JAS Custom Low - PA set
24 JAS Custom Sub-Low - PA set
08 Ciclotron Techvox TIP 1200 W 2 AB Class - PA set
04 Ciclotron Techvox TIP 2000 W 2 AB Class - PA set
12 Ciclotron Techvox TIP 3000 W 2 AB Class - PA set
20 Ciclotron Techvox TIP 5000 W 2 H Class - PA set
06 JAS Custom Fly Mid-High - delay set
06 JAS Custom Low - delay set
03 Ciclotron Techvox TIP 1200 W 2 AB Class - delay set
03 Ciclotron Techvox TIP 3000 W 2 AB Class - delay set
03 Ciclotron Techvox TIP 5000 W 2 H Class - delay set
04 JAS Custom Line Array - line array set
Ciclotron Techvox TIP 1200 W 2 AB Class - line array set
Ciclotron Techvox TIP 3000 W 2 AB Class - line array set
Ciclotron Techvox TIP 5000 W 2 H Class - line array set
Sistema de monitor
Consoles
MidasXL-250 (48 inputs)
02 Soundcraft SM-16 (40 inputs)
Soundcraft SM-16 (48 inputs)
Periféricos
02 Behringer Autoquad XR-2400 quad expander/gate
Behringer Composer MDX-2100 dual compressor/limiter
05 Behringer Multicom Pro MDX-4400 quad compressor/limiter
03 Behringer Multigate Pro XR-4400 quad expander/gate
04 Behringer Super-X CX-2300 analog crossover/limiter
02 BSS FDS-360 analog crossover/limiter
06 Ciclotron Techvox TGE-2313X graphic equalizer
Drawmer DS-404 quad gate
10 Klark-Teknik DN-360 graphic equalizer
02 Klark-Teknik DN-504 quad compressor/limiter
Klark-Teknik DN-60 analyzer
Lexicon MPX-1 digital effects
PreSonus ACP-88 eight compressor/limiter/gate
TC Electronic MM24 MIDI matrix interface
02 TC Electronic M-One digital effects processor
14 TC Electronic TC-1128 programmable graphic equaliser/analyzer
TC Electronic TC-6032 graphic equalizer remote control
Yamaha SPX-1000 digital effects processor
Yamaha SPX-900 digital effects processor
Yamaha SPX-990 digital effects processor
Shure PSM 600 in ear system
03 Shure RSM 600 in ear system
03 Shure UHF wireless system
03 Shure VHF wireless system
Shure wireless in ear system
Comunicação
02 Clear-Com 501 single channel intercom system
Energia
Furman PL-Plus power conditioner
Gemini PL-7 power conditioner
03Zerotron PL-1200 power conditioner
Zerotron PL-1200D power conditioner
Caixas acústicas/ amplificadores
06 JAS Coustom Mid-High - side set
06 JAS Coustom Low - side set
02 Ciclotron Techvox TIP 1200 W 2 AB Class - side set
02 Ciclotron Techvox TIP 3000 W 2 AB Class - side set
02 Ciclotron Techvox TIP 5000 W 2 H Class - side set
32 JAS 2112-SM Custom Monitor - monitor set
24 Ciclotron Techvox JS-2001 H/AB Class Amplifier - monitor set
Backline
02 caixas JAS Custom drum fill
04 caixas JAS Custom drum sub-fill
04 caixas RCF ART Series 300 A
Fender The Twin LL-66385 guitar system
02 Roland Jazz Chorus 120 guitar system
03 Gallien Krueger 800 RB 410 & 115 bass system
03 Marshall JCM-900 & 800 guitar system
Microfones e acessórios
02 AKG 414
07 AKG 418
06 AKG 451
AKG 535
06 AKG C-460
02 AKG D-112
ElectroVoice 868
05 ElectroVoice ND-468
03 ElectroVoice RE-20
02 Sennheiser shotgun
02 Sennheiser 441
05 Sennheiser BF-504
03 Sennheiser MD-409
09 Sennheiser MD-421
24 Shure SM-58
28 Shure SM-57
07 Shure Beta 57
14 Shure Beta 57-A
11 Shure Beta 58
03 Shure Beta 52
04 Shure Beta 56
02 Shure Beta 87
08 Shure SM-81
02 Shure SM-91
07 Shure SM-98
07 BSS direct injection box
02 Countryman iirect injection box
18 Klark-Teknik direct injection box
40 Latin Percussion clamp system
03 Shure VHF wireless
03 Shure UHF wireless
02 Whilrwind Q-Box
13 Whirlwind direct injection box
Sistema de AC
Central de distribuição de energia JAS Custom 400 A
FIM BOX
Agradecimentos a Charlles Nogueira e William Macedo.