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Revista Luz & Cena
Primeira Vista
Yamaha DM1000
Mais Sucesso à Vista
Alexandre Rabaço
Publicado em 01/02/2003 - 00h00
Divulgação
 (Divulgação)
Depois do lançamento da DM2000 e da nova 02R96, a Yamaha vem novamente demonstrar seu poder de fogo ao lançar a nova DM1000, uma console digital especialmente voltada para pós-produção, áudio para vídeo e broadcast. Porém, devido a algumas de suas especificações, esta console pode ser usada em muitas outras situações, inclusive em sonorizações ao vivo.

A primeira especificação que nos chama a atenção é sua resolução, de até 96kHz, com processadores internos de 32 bits e acumuladores de 58 bits, assim como suas irmãs maiores, a DM2000 e a 02R96. São 20 entradas analógicas com conectores XLR, mas apenas 16 têm pré-amplificador para microfone. Além dessas, são possíveis até mais 28 entradas digitais, acessíveis através dos já conhecidos cards da Yamaha. As entradas digitais podem ser em formato ADAT, TDIF, AES/EBU, assim como é possível a utilização de cards com entradas analógicas. São dois os slots disponíveis, ambos compatíveis com o formato 24 bits/96kHz. Há ainda a interessante opção por cards com conversores AD/DA da Apogee, bem como o card de efeitos da Waves Y56K.
A console apresenta 17 faders motorizados de 100mm, sendo um master e 16 para controle dos níveis de entrada dos 48 canais, em três layers, assim como controlam os níveis das mandadas dos oito auxiliares e oito buses. Cada um dos 48 canais apresenta compressor e gate, bem como equalizador paramétrico de quatro bandas, com dois tipos de curvas de equalização, além de delay, com capacidade de atrasos de até 453 milissegundos. Através de um patch interno, qualquer entrada, saída ou efeito pode ser endereçada para qualquer canal ou saída, o que aumenta a versatilidade da console. São quatro os processadores de efeitos internos, sendo um deles com possibilidades de efeitos surround. E por falar em surround, a console apresenta um pacote completo de controles dedicados a esse formato: processamento, panorâmicos e monitoração estão incluídos.

 
Painel Traseiro da DM 1000. Note as saídas OMNI OUTS, bem como as entradas, todas conectores KLR

Existem ainda uma entrada e uma saída digitais (AES/EBU ou coaxial), bem como entrada e saída para word clock e entradas para time code, que pode ser SMPTE ou MTC.
Uma vez que, na maioria das vezes, esta console será utilizada em conjunto com alguma workstation, a Yamaha sabiamente incluiu um controle integrado, capaz de conversar com softwares como Pro Tools, Nuendo e Logic Audio. Além disso, encontramos um software para Mac ou PC, que a Yamaha chama de Studio Manager, que permite o controle de qualquer parâmetro da console.
Uma característica interessante neste novo lançamento são suas saídas; em número de 12, são o que a Yamaha chama de Omni Outs. Não existem saídas analógicas dedicadas, como estamos acostumados a ver na maioria das consoles. Até mesmo para a saída principal L/R, precisamos escolher um par de omni outs. Em princípio, pode parecer estranho, mas provavelmente essa forma de construção mostrará sua versatilidade. Outro fator de surpresa é a total ausência de conectores que não sejam XLR para entradas e saídas analógicas; como a console é mais indicada para instalações fixas, isso não parece um problema. No entanto, como algumas de suas características são convidativas, provavelmente encontraremos algumas DM1000 empregadas em sonorizações ao vivo e a falta de conectores P10 ou até mesmo RCA pode criar algumas dificuldades para o pessoal da estrada.
Não nos resta dúvida de que a DM 1000 se transformará em mais um sucesso, de crítica e de público, na história da Yamaha. Aguardamos ansiosos seu lançamento oficial, que está previsto para março de 2003. Ansiosos inclusive por causa do preço inicialmente anunciado pela Yamaha: US$5000. Em se tratando de uma console digital, com 48 canais, com compressores, gates, EQs paramétricos em cada canal, além da resolução 24bits/96kHz, parece bem razoável.

Alexandre Rabaço é engenheiro de som e trabalha atualmente no estúdio Jardim Magnético (RJ), na sonorização dos shows de Leila Pinheiro, e é professor do IATEC

 
 
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