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Revista Luz & Cena
Editorial
O Futuro do Áudio
O Futuro do Áudio
Sólon do Valle
Publicado em 01/11/2002 - 00h00
Há alguns milhões de anos surgiu o Homem na face da Terra. Há pouco mais de cem anos, Thomas Edison inventou o Áudio. Isso quer dizer que a história do Áudio só abrange, hoje, cerca de 0,002% da história humana neste planeta. Pouco, não?
Pois é. A Edison seguiram-se aperfeiçoamentos do fonógrafo, como por exemplo a criação do disco de cera, graças ao qual se perpetuou  através de muitos estalos e chiados, é claro  a música de mestres que incluem brasileiros como Pixinguinha.
No começo do século passado, uma sensacional invenção: a Eletrônica, nascida com a válvula Audion (reparou no nome?) de Lee de Forest. Com a válvula, nasceram o rádio, a gravação elétrica e, um pouco mais tarde, a televisão e o computador.
Depois da invenção do transistor, no meio do século XX, em dez anos começou a corrida tecnológica para a era digital em que hoje nos encontramos. Tudo isto em míseros 125 anos!
Como será o futuro do Áudio? Não daqui a dez ou cem anos, mas daqui a mil anos?
Supondo que a humanidade não tenha conseguido se auto-extinguir antes disso, é quase impossível imaginar o que teremos. O que será, então, a música? Algo mais techno do que ouvimos hoje? Lembre-se, a moda é cíclica, tudo volta depois de algum tempo. Quem sabe não teremos retornado ao canto gregoriano? Ao Renascentismo? Ao barroco? Ao rock'n'roll? Ao drum'n'bass? Ao brega?
Parece certo que o equipamento será muito pequeno, muito barato e muito, muito bom. Será que teremos aprendido a controlar o equipamento eletrônico com a mente? Será que daqui a mil anos ainda existirá Eletrônica? Ou outra ciência, baseada em forças hoje desconhecidas, terá tomado seu lugar? Será que ainda existirão instrumentos (pré-) históricos como o piano e o saxofone? Ou o cérebro criará seus próprios sons através de algo que nem imaginamos o que seja?
Para quê estou viajando tão longe? Para lembrar que é importante não deixar que se perca, na poeira dos séculos, toda uma cultura e todo um tesouro musical que temos hoje. O que seria o presente, se Bach e Mozart não tivessem deixado partituras para os filhos do futuro? Se ninguém tivesse preservado discos de um século atrás? Se não existisse o videotape? Se não houvesse passado?

Sólon do Valle

 

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