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Revista Luz & Cena
Reportagens
Do outro lado do Atlântico
A experiência de profissionais brasileiros em Angola
Natalie Lima
Publicado em 19/05/2005 - 00h00
Divulgação
 (Divulgação)
Mais de 20 anos de guerra civil é tempo suficiente para retardar - se não minar - as potencialidades de uma nação. No caso de Angola, cujo conflito armado teve início em 1975 e terminou apenas em 2002, as marcas do confronto, que podem ser vistas em diferentes áreas de produção, dividem espaço com iniciativas públicas e privadas para revitalizar o país. O mercado musical não fica de fora.
Até aí, tudo bem previsível. O que muita gente não sabe é que os principais trabalhos gravados nos últimos dois anos em Angola passaram por mãos de técnicos e produtores brasileiros. O motivo é bastante fácil de entender: carente de mão-de-obra qualificada, o país está aberto a receber nossos profissionais de áudio, que entre outras qualidades têm grande afinidade com instrumentos percussivos e... falam a mesma língua que os angolanos, o português.

De São Paulo para Luanda

Convidado em março de 2004 para participar da implantação do primeiro dos dois estúdios construídos pela angolana Rádio Vial, o produtor e técnico de som Cláudio Girardi fez as malas quase três meses depois e aterrissou em solo africano no final de maio do ano passado. Ele conta que conheceu Victor Almeida, proprietário da rádio, em evento realizado pela Quanta Brasil em São Paulo. O empresário, que também possui uma firma de locação de equipamentos de áudio, buscava alguém capaz de reunir qualidade técnica e artística para o dia-a-dia das gravações do estúdio.

Basicamente, Cláudio trabalha sozinho. "Tenho um assistente que não me assiste no aspecto técnico, mas que me auxilia nas montagens dos instrumentos, na manutenção dos cabos", diz. Essa situação é um reflexo da deficiência de técnicos de som no país. Apesar de alguns possuírem bom conhecimento, em geral contam apenas com a prática, o que muitas vezes não é o suficiente em situações de trabalho mais específicas. Opa! Isso lhe lembra a realidade brasileira? Se a resposta for sim, não se esqueça de que aqui já são muitos os cursos e as escolas de áudio, que existe uma AES organizada e que o acesso ao equipamento é, ainda que não o ideal, bastante viável.

Mas como querer que um país praticamente recém-saído da guerra civil possua uma estrutura que se leva tempo para atingir? "Não dá para exigir formação nesse caso; temos é que driblar os problemas", opina Cláudio Girardi. Isso significa que, na prática, como técnico ele comanda os processos de gravação, mixagem e masterização de um trabalho. Como produtor, participa da escolha de instrumentos e do processo de timbragem. Um dos mais recentes projetos com sua assinatura é o disco que Flávia Virgínia, filha do cantor e compositor Djavan, gravou na rádio. Flávia assina a produção do álbum, mas Cláudio também ajudou nessa parte do trabalho. No total, 16 faixas gravadas e posteriormente manipuladas em um prazo de 60 dias.


Na rádio Vial, equipamentos de ponta compõem setup internacional

Equipamentos de ponta
Fazendo as contas, Cláudio acredita que dentro de alguns anos será possível ter um mercado de trabalho desenvolvido em Angola. Isso significa profissionais de áudio com formação que permita a escolha adequada de microfones em uma gravação, por exemplo, assim como de processadores e outros elementos necessários para se fazer um disco. "Aqui os técnicos não têm oportunidade de trabalhar em estúdio ou em shows; geralmente os artistas de fora trazem consigo seus técnicos. E, como são poucas as empresas de locação, são poucos os que trabalham com isso. Enfim, não há muita oportunidade para se praticar", diz.

Enquanto a situação ideal não chega, a rádio Vial investe alto em equipamentos. Até porque a segunda sala construída, com estrutura 5.1, também é onde ocorrem transmissões ao vivo. Com 400m2, o espaço compreende, além de técnica e estúdio, uma sala de audição. A lista desse estúdio é de grande porte: um Pro Tools HD3 e uma mesa Pro Control com Edit Pack para surround.

Antes de partir para os demais itens, vale dizer que os monitores do computador serão projetores que vão lançar as imagens do Pro Tools em um vidro com película especial. "Esse é um estúdio com setup internacional. Qualquer produtor ou artista vai se sentir à vontade aqui", diz Cláudio. O novo estúdio é subsidiado em parte pelo governo federal de Angola, mas a maioria da verba requerida saiu da rádio Vial.

Já reformulado, o primeiro estúdio conta atualmente com monitores Genelec 1031, pré-amplificador Focusrite Liquid Channel; pré-amplificador Focusrite Isa 428; pré-amplificador valvulado ART, compressor valvulado Avalon 747; equalizador valvulado Avalon AD 2055, entre outros componentes (ver lista completa no Box O que não poderia faltar).

O que não poderia faltar

Plug-ins de última geração, monitores de qualidade, muitos periféricos e um bom staff de microfones. Confira a lista de equipamentos dos estúdios Vial e Maianga.

Rádio Vial:
Monitores Genelec 1031
pré-amplificador Focusrite Liquid Channel
pré-amplificador Focusrite Isa 428
pré-amplificador valvulado ART
compressor valvulado Avalon 747
equalizador valvulado Avalon AD 2055
pré-amplificador Toft AC2
pré-amplificador Focusrite R2
compressor e limiter Focusrite R3
pré-amplificador quatro canais valvulados TL Audio 5001
pré-amplificador TL Audio 5052
pré-amp valvulado Tube tech MP1 (para captação)
1 equalizador Millenia NSQ2
1 equalizador Manley Labs
1 pré-amp M-Audio Tampa
Headphones AKG 241
1 pré-amp valvulado Behringer para captação
1 equalizador valvulado Behringer para captação e mixagem
1 compressor valvulado e transistorizado Millenia TCL 2
2 microfones Blue Ball 8
1 pré-amp TLAudio TLA 500
1 microfone Electro-voice RE 20
1 microfone BluebirdKit Cardioid Condenser
1 pré-amplificador ART DPSII
1 pré-amplificador PreSonus MP20
1 pré-amplificador dbx Silver Series 386 dois canais
2 pré-amplificadores M-Audio Octane 8 canais
1 pré-amplificador Aphex 207 dois canais
1 EQ Manley Massive Passive
1 efeito Waves MaxxBass 101
1 compressor Millennia TCL-2 Stereo
1 equaliazdor Millennia NSEQ-2 Stereo
1 Drawmer Six-Pack
1 Pendulum Audio ES-8
1 Pendulum Audio OCL-2

Maianga:
Computador Macintosh G4 800MHz/256MB/40GB com placa SCSI Adaptec 29160
Pro Tools HD2 Core System com interface 192 I/O
Interface Digidesign Sync I/O
Mesa Digidesign Control 24
Pré-amplificador Universal Audio 2-610
Pré-amplificador Universal Audio 2108
Pré-amplificador Studer D19
Cabo DigiLink para Pro Tools
Monitor Apple flat panel 15'' ADC para G4
Sistema in-ear phone Shure PSM 400
Headphone Sony MDR7506
Monitor KDS Slim 17" 0,27 1.280 × 1024
Monitores AIR 15 digitais com subwoofer
Microfone AKG C 414 B-ULS
Microfone AKG C 414
Microfones Beyerdynamic M-88
Microfone Neumann u87
Microfone Neumann KM 184
Microfone Sennheiser MD 421
Microfone Neumann M149-TUBE
Microfone Neumann KU 100
Microfone Shure SM81
Microfone para bumbo Electro-voice RE 20
Microfone para bateria Sennheiser E604
MiniDisc Sony MDS JE 640
Headphones AKG K141
Computador Macintosh G4 1,25GHz/256MB/Combo/OS9/ATI Radeon 9000 Pro
DDR SDRAM PC 2700 512 MB G4 Dual - 1 GHz
Monitor Samsung 213T 1600 × 1200
Compressor Universal Audio 1176LN
Plug-ins Waves Gold TDM Bundle
Amplificador ALESIS RA-100
DVDs back up Final Cut 1
Interface MIDI DigiDesign
Réguas de Patch normalizadas com Mogami
Plug-in Studio Suite
Plug-in Ampfarm
Plug-in AutoTune 3
Plug-in Echo Farm
Plug-in Moogerfooger Bundle
Plug-in Orange Vocoder 
Plug-in Serato Pitch´n Time
Plug-in Gold Bundle Waves 
Plug-in TL-Tune Trillium Lane Labs  
Plug-in MCDSP Compressor Bank 


Outros microfones Cláudio retirou do setup da locadora de Victor Almeida: um kit de bateria AKG D112 para bumbo, um Sennheiser MD421 para tons, dois pares de microfones Electro-Voice (condensadores para voz e overall), três SM 57, três SM 58. Alguns cabos foram solicitados pelo técnico. Para captação, os Monster cable; para masterização, os Mogami.

Com a mão na massa

Se existe algo em comum entre os trabalhos gravados por Cláudio em Angola, este algo é a presença de instrumentos percussivos pouco ou não usados em terras brasileiras. Outra característica encontrada em muitos projetos é o fato de serem independentes, já que são raras as gravadoras no país. A própria Rádio Vial pretende encarar o desafio e se tornar uma, mas no momento realiza um estudo de mercado para analisar a viabilidade do processo.

Um exemplo do disco-perfil é o já citado O amor é o oposto do medo, da cantora e compositora Flávia Virgínia. Segundo trabalho da artista, residente em Angola, o atual álbum foi financiado por ela e também pela rádio Vial em conjunto com empresas locais.

Lançado inicialmente na Espanha, é um trabalho totalmente independente. Gravado em português, inglês, espanhol e quibundo, dialeto angolano, o disco tem atmosfera de ao vivo. Ou seja, cada canção foi gravada com todos os músicos reunidos, tocando juntos. "Fizemos uma espécie de pré-produção de três dias no estúdio com os músicos, inclusive os brasileiros que já acompanham Flávia. Foram muito poucos overdubs", conta Cláudio.

Cheio de musicalidade africana, o disco conta com algumas participações especiais, como a do Idimakajia, um tradicional grupo percussivo de Luanda, e do cantor Matias Damasio. "Foi uma mistura muito interessante e um aprendizado para todos nós", diz o técnico e produtor brasileiro. Ele aponta a rítmica da música angolana como principal ponto de interseção com a música brasileira, algo bastante fácil de se compreender quando lembramos que as raízes do samba estão nos países africanos cujos habitantes foram trazidos ao Brasil como escravos pelo colonizador em comum, Portugal. "Temos mais suingue que eles, mas sua rítmica é muito interessante. Claro que música não é competição", analisa Cláudio.

Com alguns instrumentos novos para muitos brasileiros como o bate-bate (um recipiente de bambu com um pedaço de madeira em seu interior, que se move a partir de batidas impressas na lateral da estrutura). Entre os mais familiares, há o hungo, a que no Brasil damos o nome de berimbau. "Porém, a afinação usada pelos angolanos no hungo é diferente da nossa com o berimbau. Tive o cuidado de conhecer os instrumentos novos a que fui apresentado", conta Cláudio.

Ano passado, a rádio Vial também produziu outros trabalhos, como um disco de semba - principal gênero musical de Angola - e outro de hip-hop com artistas brasileiros e angolanos co-produzido por Cláudio Girardi e pelo caboverdiano Ramiro Mendes.

Um, dois, três...gravando
No entanto, ainda que as iniciativas cresçam a cada dia, dá para pensar em investimentos contínuos na música de um país cujo mercado fonográfico praticamente inexiste? A quase total ausência de gravadoras em Angola e a falta de editoras que registrem as obras produzidas faz com que artistas angolanos lancem seus trabalhos em países europeus - onde a recepção é mais calorosa - ou, o que é pior, simplesmente não os lancem. "Não existem muitos registros de obras discográficas aqui", lamenta Cláudio.

Pensando nisso, o empresário brasileiro Sérgio Guerra aportou em Angola em 2003 instalando na capital do país um escritório da gravadora e estúdio Maianga, que já possuía sede em Salvador, Bahia. "Começamos a trabalhar em Angola com produções de shows há cinco anos. A decisão de nos radicar definitivamente no país fez com que víssemos que não adiantaria ter somente um selo fora do Brasil. Era preciso levar uma referência diferente em termos musicais e, principalmente, de produção musical. Há valores excepcionais que ainda são mal produzidos", argumenta.




Estúdio de áudio e técnica da Maianga em Angola: filial na África desde 2003

Lançados inicialmente na Europa, os CDs da Maianga, segundo Sergio, também devem alcançar o mercado brasileiro, ainda que este costume resistir aos estrangeiros de língua não-inglesa, em sua opinião. Parece um paradoxo quando se trata de artistas que falam português assim como nós e que também possuem a mesma raiz musical. "A Europa é nosso mercado principal em relação a esses trabalhos. Mas não queremos entrar por entrar e simplesmente ter um disco na Europa, não se trata disso. Agora fazemos uma experiência em Portugal com o Quintal do Semba e o Paulo Flores. Queremos sentir as coisas, saber como elas vão acontecer", conta Sérgio.

Para inverter o quadro, o empresário contou com produtores brasileiros de peso, como Maurício Pacheco e Chico Neves. O primeiro foi responsável pelo álbum estreante da Maianga em Angola, com o grupo Quintal do Semba. Gravado no início de 2003 no estúdio da Rádio Nacional - nessa época o estúdio da Maianga ainda não estava pronto -, o disco foi mixado e masterizado por Florencia Saravia.

Chico Neves assinou a produção do disco de Paulo Flores - captado no estúdio da Maianga. As fases de mixagem e masterização, assim como ocorreu com o disco do Quintal do Semba (uma espécie de Buena Vista Social Club), foram feitas no Brasil.

Tantas idas e vindas acabaram por levar a Angola músicos brasileiros como André Nascimento, Serginho Trombone e Jaques Morelenbaum. Eles participaram no início de 2004 da gravação do DVD de Paulo Flores, também produzido por Chico Neves. "Foi muito importante, pois também foi gente de Portugal e de Cabo Verde. Para esse encontro, as pessoas chegaram com alguns dias de antecedência. Houve tempo para maturação do show junto com os músicos angolanos. Isso é o que chamo de intercâmbio verdadeiro", declara Sérgio. Com PA a cargo de Evaldo Luna, o DVD foi gravado por Egídio Conde, da Audiomobile, tem mixagem assinada por Alê Siqueira e é o segundo da lista da Maianga. O primeiro, do Quintal do Semba, foi mixado no Brasil por Carlos Andrade, da Visom.


Na gravação do DVD de Paulo Flores, a presença de músicos brasileiros como Jacques Morelembau (à direita)

Outro trabalho importante para Angola é o do cantor e compositor angolano Carlito Vieira Dias. Filho de Liceu Vieira Dias, o artista é referência quando o assunto é a renovação do semba e a reutilização da guitarra angolana. No entanto, até então Carlito havia gravado apenas em discos de outros cantores e grupos. Produzido também por Chico Neves no início de 2004, o disco foi gravado no estúdio da Maianga, mixado por ele no Brasil e masterizado por Carlos Freitas, no Classic Master, em São Paulo.

Também em 2004 a Maianga lançou o disco de um músico da nova geração angolana, Wiza. O artista, cujo estilo mistura étnico com eletrônico, trabalha como técnico do estúdio. O resultado foi um trabalho que mescla componentes acústicos com uma boa dose de samples.

Estrutura versátil

Para poder produzir CD e DVD, as dependências da Maianga em Angola se fundem em estúdios de vídeo e áudio. "Com isso podemos subir com 48 canais do estúdio de vídeo para o estúdio de áudio, como, por exemplo, no caso da gravação do disco de Carlito Vieira Dias. Gravamos muita coisa com percussão. Eram, no total, três percussionistas. Então montamos toda a estrutura no estúdio de vídeo e fizemos a captação do áudio. Com isso foi possível trabalhar com reverberações diferentes e tudo o mais. Lá também é possível captar as vozes de um coral. É bem interessante", comenta Sérgio.

Com a versão 5.3.1 do Pro Tools, a Maianga em Angola está hoje sob os cuidados do baiano DJ Cris. É ele quem toca o dia-a-dia do estúdio. Mais utilizado para os processos de gravação e mixagem, o estúdio também masteriza, mas essa não é sua especialidade. "Na verdade o que temos lá são alguns plug-ins de masterização, mas não é o nosso foco. Pelo menos os trabalhos da Maianga têm sido masterizados no Brasil, no Classic e no Magic Master. Outros discos, como o da cantora Jussara Silveira e do Stereo Maracanã, masterizamos nos EUA. Mas isso se decide pelo nível de exigência do cliente. Há os que querem masterizar lá mesmo", comenta Sérgio.

Intercâmbio

Um dos pontos fortes do estúdio é, sem dúvida, o desejo de ajudar na formação dos técnicos angolanos. Na época da implementação da sede da Maianga em Angola, o engenheiro de som Lucas Macier, responsável pela montagem do estúdio, coordenou um curso básico para alguns técnicos angolanos. Ultimamente, a Maianga realiza uma espécie de programa de estágio. "O cara entra no estúdio e fica prestando atenção em quem sabe fazer. Procuramos ver quem já está de alguma forma na área, quem já opera áudio para teatro, show. Aí você tem que se compatibilizar com a carga horária e a disponibilidade do sujeito, o que geralmente é um pouco complicado", conta Sérgio.


Chico Neves: produtor quer gravar talentos angolanos no Brasil

Não é difícil entender porque o fator tempo disponível é o que complica essa história. Como ainda não há um mercado fonográfico que ande com as próprias pernas, quem trabalha com música - seja músico, compositor ou técnico de som - acaba precisando de outras fontes de renda para sobreviver. O resultado é que nem sempre é possível dedicar o tempo necessário às atividades paralelas, que deveriam ser as principais. Outro problema é a supervalorização de um novo profissional em função da carência de mão-de-obra qualificada. "Quando não há uma grande oferta de profissionais, ao profissional é rapidamente atribuída uma responsabilidade maior do que sua experiência permite. Ou seja, o sujeito começa a deslanchar um pouco e já se torna responsável por uma determinada área sem ter o conhecimento necessário", declara Sérgio.

Como se não bastassem esses fatores, é preciso lembrar que os 27 anos de guerra civil iniciada em 1975 entre o MPLA e a UNITA, precedidos por uma brutal colonização portuguesa, levou milhares de intelectuais, políticos e artistas angolanos para o exílio. "Os angolanos lamentam a ausência de grandes homens de seu país, que foram para Portugal. Os que fugiram da guerra vão muito mais para Portugal do que para o Brasil, apesar da identificação musical angolana ser muito maior com os brasileiros do que com os portugueses", comenta Chico Neves.

Ele conta que sua intenção é trazer para o Brasil talentos que considera desperdiçados por lá. A idéia é gravar e produzir esses valores em seu próprio estúdio, o 304, localizado no Rio de Janeiro. "Tem muita gente talentosa lá. Depende se é só troca de conhecimento mesmo, eles precisam ter acesso. Muitas pessoas fazem cursos por correspondência, vêm para cá estudar. Mas o problema é que falta apoio do governo a essas pessoas. Elas não têm condições financeiras de realizarem sozinhas esse intercâmbio. Eu conheci muita gente boa lá na parte técnica, que teriam habilidade para se tornar bons engenheiros, bons produtores", comenta.

por Natalie Lima
Tags: carreira
 
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