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Revista Luz & Cena
Masterização
Masterização Parte 3
Equalização
Carlos Freitas
Publicado em 01/01/2001 - 00h00
Como a compressão, a equalização é um importante item no processo de masterização. Se for utilizada com critério, técnica e bom gosto, será uma excelente ferramenta. Equalizar significa igualar, ou seja, é uma ferramenta que permite nivelar as freqüências que compõe um instrumento quando essas não são captadas de uma forma correta, para mais ou para menos.

Atualmente existem empresas, como Manley e Avalon, que desenvolvem equalizadores específicos para masterização. Esses equipamentos são paramétricos e de alta precisão. Seus canais são calibrados para se obter uma equalização idêntica nos dois canais, pois o áudio é sempre trabalhado em estéreo. Esses equalizadores também possuem filtros passa-alta e passa-baixa, muito úteis na masterização.

EQUALIZAÇÃO CORRETIVA
A equalização na masterização é feita de duas maneiras: a corretiva e a artística.

A corretiva tem como objetivo corrigir defeitos na mixagem ou até mesmo corrigir uma possível deficiência decorrente de um problema na monitoração no qual a mixagem foi feita. Por exemplo: se o estúdio tem um excesso de freqüências graves na sua monitoração, todas as mixagens terão falta de grave de uma maneira uniforme. Nesse caso, é possível corrigir esse problema detectando quais freqüências são deficientes - no caso os graves - e adicionando-as durante a masterização, corrigindo assim o problema.

Embora não seja normal, pois geralmente os estúdios têm monitores adequados, este problema acontece com pequenos estúdios que utilizam sistemas de monitor near field. Nesse caso, o estúdio de masterização acaba sendo um grande aliado.
Outro exemplo de equalização corretiva é quando um instrumento acaba ficando um pouco baixo na mixagem. Nesse caso, você procura a freqüência mais forte desse instrumento e consegue, com a equalização, um pouco mais de volume. Embora seja possível, esse processo não é recomendado, pois vários instrumentos possuem freqüências iguais, podendo assim modificar o timbre desses instrumentos, algo nem sempre desejável. O ideal, nesse caso, é remixar a música.
"Antes de começar a equalizar um instrumento na gravação, escolha e posicione bem o microfone para se obter o timbre necessário, e aí sim equalize corrigindo as freqüências deficientes"


Um outro exemplo de equalização corretiva é durante a montagem do CD. Durante a audição, você detecta quantidades de agudos ou graves diferentes entre as faixas. É possível equalizar algumas faixas do CD comparando-as sempre com as anteriores e posteriores, dando assim uma uniformidade de timbre ao CD.

Equalização Artística
A equalização artística tem como objetivo trabalhar nas músicas de maneira bem livre. No caso de um rap, por exemplo, reforça-se os graves. No caso de um CD de música clássica, acentuam-se as altas freqüências, reforçando mais harmônicos.


O aumento do nível de um CD pode ser obtido através da equalização artística. É possível dar um pouco mais de volume ao CD ou um "punch" a mais, enfatizando algumas freqüências como os graves e médios-agudos, clareando a mixagem e dando a impressão de aumento de ganho.

A equalização, assim como a compressão, é ferramenta excelente mas deve ser utilizada de maneira criteriosa. Antes de começar a equalizar um instrumento na gravação, escolha e posicione bem o microfone para se obter o timbre necessário e aí sim equalize corrigindo as freqüências deficientes.

Utilize bastante os filtros de Passa-Alta e de baixa freqüência. No caso de um cavaquinho, por exemplo, corte os graves de 100 Hz para baixo, eliminando assim harmônicos não desejáveis.


Carlos Freitas é engenheiro de masterização e proprietário de estúdio Classic Master.



 
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