Me desculpem os grandes e desajeitados, mas portabilidade é fundamental.
Em um universo no qual portabilidade e novas formas de expressão artística são cada vez mais relevantes, a nova ordem para a indústria musical é bem simples: criar plataformas compactas e/ou que possibilitem uma forma inusitada de criar ou de se apresentar. Para este mês, trouxemos três destas novas apostas.
TRAKTOR KONTROL X1 MK2
Total controle
Um dos maiores sucessos da família de controladores da Native é o compacto X1, que agora ganha um primeiro upgrade.
O X1 pode ser classificado como um controlador de decks e efeitos e, na minha opinião, já era um dos melhores companheiros para um par de vinis timecode, suas Technics e sua criatividade. Isso para que você pudesse esquecer de seu laptop e se concentrar em sua performance, sem mencionar as inúmeras possibilidades de manipulação. Bem, esta era uma de suas maiores virtudes até então, mas, nesta nova versão, ele tem entre suas recentes habilidades possibilidades mais amplas de controle, o que exclui a necessidade de qualquer outra plataforma de controle para a sua atuação de palco.
Uma de suas principais aquisições (já utilizada em outras superfícies) é a touch strip, que pode substituir suas jogs, por exemplo. Outras possibilidades para este elemento tátil seriam a substituição de seu pitch bend, browser, disparador de loops e controlador de efeitos, para citar alguns exemplos. A sua imaginação lhe dará os limites. Claro que para alguns puristas não se pode comparar a sensibilidade de uma jog ou vinil para executar determinadas funções, e eu concordo com isso, mas o que está em jogo aqui é uma forma mais prática e compacta de performance. Com isso em mente, creio que esta é, até o presente momento, uma das melhores alternativas do mercado.
Uma mudança bem visível neste novo modelo são os novos botões para cue e play, agora maiores e dispostos um ao lado do outro, sendo que nesta versão vários dos botões possuem três variações de cores, o que contribui para um melhor feedback visual das funções. O botão flux, situado logo acima do cue, aciona a função de mesmo nome (chamada de Sleep Mode pela Pioneer). A função em si permite ao usuário alterar a estrutura do track e, após as intervenções desejadas, voltar ao ponto em que este track estaria sendo tocado se a música não tivesse sido interrompida em sua linha do tempo. Outra grande aquisição são os displays na parte central do equipamento, que oferecem informações sobre o tamanho de seus loops. Entre estes displays se encontra um knob que leva o nome de Browse, que, como você já deve ter imaginado, se destina à busca de novos tracks. Neste caso, basta tocá-lo que a tela de seu software entrará no modo de busca. Ao soltá-lo, automaticamente você voltará a ter a tela previamente apresentada.
NUMARK ORBIT
A brincadeira tá ficando séria!
Se o Sony PSP foi a primeira lembrança que veio à sua mente ao visualizar esta nova plataforma, você estava certo! Os games de pequeno porte e controles dos consoles maiores serviram de inspiração para o Orbit, e com um pouco mais de 300 gramas, esta pequena e robusta plataforma de controle, que não deve ser confundida com um brinquedo, promete ser um novo e portátil controlador wireless capaz de dar vida e expressão às suas performances.
Fisicamente falando, o Orbit é composto por 16 pads de médio porte, oito pequenos botões, uma jog wheel central e dois controles maiores situados na parte frontal do equipamento. De forma resumida, estes primeiros 16 pads (que podem assumir dez diferentes cores) servem para trigar coisas como cue points, efeitos, samples... Sendo que é possível transformar estes 16 pads em 64 diferentes elementos graças a quatro pequenos botões na parte inferior central, que lhe dão acesso a quatro diferentes bancos de memória. Virtualmente falando, a jog central também pode assumir qualquer função e acessar, por exemplo, o volume, realizar o cross fading, ajustar os níveis dos efeitos, executar sctraches ou qualquer outra coisa que o usuário ache interessante endereçar para este elemento. Mas a cereja do bolo fica por conta de dois acelerômetros, instalados na parte frontal deste Numark, que podem ajudar, em um exemplo, a extrair diferentes expressões do processador de efeitos. O botão da esquerda controla o eixo Y, deixando o botão direito para o controle do eixo X.
O pacote também vem munido de um software para o gerenciamento dos controles, o Orbit Editor, bem como de um modesto software de discotecagem, o Orbit DJ, caso o novo usuário ainda não possua alguma plataforma para essa função. Os programas do Orbit são armazenados em uma memória não volátil do próprio equipamento, sendo também possível armazenar quantos programas forem necessários no banco de memórias do software editor.
Para que o performer possa ter o equipamento ativo por um bom tempo, o hardware trabalha com uma bateria de lítio que, segundo o fabricante, dura até oito horas com o equipamento em funcionamento e tem um alcance de até 30 metros em relação à base. Como se utiliza do protocolo MIDI, pode controlar, além de softwares musicais, imagens, luzes e qualquer outro software compatível.
TRAKTOR KONTROL Z1
A trilogia agora está completa
Você gostaria de trazer controles físicos ao seu Traktor DJ (versão do software para iPad ou iPhone) para usá-lo para uma pista de dança? Eis o Traktor Kontrol Z1, um pequeno mixer de dois canais que promete deixar a tela de seu iPad ou iPhone livre para o que, neste caso, eles fazem de melhor: a manipulação das suas waveforms.
Em sua composição física, o Z1 contém knobs individuais para ganho, graves, médios e agudos, bem como um knob para que você possa regular a intensidade dos efeitos ou dos filtros. Um outro knob é destinado ao controle do volume da saída master de áudio, outro para o volume dos fones e, ainda para o monitoramento feito pelos fones, um último knob realiza a mixagem dos volumes entre a fonte a ser externada e o master out. Outros dois pequenos botões, localizados no centro do mixer, possibilitam escolher o monitoramento entre fonte sonora A ou B ou, se preferir, as duas. Dois line faders (munidos de leds, que monitoram somente a entrada do sinal) e um crossfader lhe permitirão realizar boas trocas sonoras. Cada um destes canais também é complementado por um botão, localizado logo abaixo dos controles de equalização, que irá ativar ou desativar os efeitos e os filtros de seu software. Um último botão ativa a função mode, que intercala a ativação de efeitos ou filtros. Para fechar o pacote, uma porta USB, uma saída para headphones, dois outputs RCA e uma entrada para fonte externa se encarregam de levar e trazer informações sonoras e de dados, bem como alimentar este mixer.
Algo importante a ser dito é que a placa de áudio interna de 24 bits promete elevar os níveis de áudio de seu iPad ou iPhone a níveis mais adequados aos necessários para uma apresentação profissional. Outro elemento importante é que o Z1 trabalha com uma fonte externa, o que acaba possibilitando que você carregue a bateria de seu iPad ou iPhone durante a performance, eliminando assim o risco de sua bateria acabar no meio da gig.
Capaz também de controlar o Traktor Pro 2, esta proposta da Native Instruments oferece uma placa de áudio, funções básicas de um mixer controlador e possibilidades de transformar tanto o Z1 em uma plataforma controladora MIDI genérica quanto o seu iPad ou iPhone em reais instrumentos de discotecagem, e tudo isso por um valor bem atraente. Então, só posso achar que, de uma forma ou outra, ela lhe será útil de alguma forma.
Christ é o fundador da Yellow, escola especializada no ensino de novas tecnologias aplicadas a música e vídeo. Músico há quase 30 anos, iniciou seus estudos com o piano clássico, tendo atuado no Brasil e Europa. Mais informações no site www.yellow.art.br.