Entre os dias 20 e 22 de agosto de 2013, mais uma vez o Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, abrigou a Broadcast & Cable, que, em sua 22ª edição, voltou a mostrar o que faz dela o principal evento latino-americano voltado às tecnologias para produção de TV, rádio, cinema e novas mídias. Mais de 200 marcas expuseram seus produtos na feira e tiveram a oportunidade de trocar experiências e fazer negócios. O loudness, a tecnologia 4K e a migração para o sistema digital foram alguns dos temas que estiveram em destaque tanto nos estandes quanto nas discussões que aconteceram nos corredores durante os três dias do encontro.
E por falar em loudness, a regulamentação do som na TV foi um dos mais importantes pontos abordados no Congresso SET, que, criado em 1988 pela Sociedade de Engenharia de Televisão, contou com a participação de grandes nomes do setor. Na palestra "Loudness: definições da regulamentação no Brasil", por exemplo, estiveram presentes, além do moderador Alexandre Sano, da SET e do SBT, Octavio Penna Pieranti, do Ministério das Comunicações, Roberto Ferreira dos Santos, da Anatel, Luiz Fausto, da Set/TV Globo, e Thomas Lund, da EBU/TC Electronic. Em pauta, as atuais regras e a posição das TVs diante delas.
Para saber sobre o que de mais importante pôde ser visto nos estandes durante a Broadcast & Cable 2013, que superou as expectativas, registrando 15% de crescimento em relação ao encontro de 2012, é só conferir as próximas páginas.
CONSOLES DE ÁUDIO E PROCESSADORES
No estande da Libor, o especialista Carlos Latorre mostrou o destaque do estande: o console de áudio Studer Vista 5 M3, que tem as mesmas características das Vistas anteriores, como controle touch de todos os parâmetros dos canais, mas que possui como diferencial um medidor de loudness incorporado. "Além de você poder medir o áudio na própria mesa, ela permite mixagens em 5.1 e que aceita todos os sinais de áudio existentes no mercado", acrescentou, antes de apresentar a Vista 1, uma "irmã da Vista 5, porém um pouco mais simples, por ter conexões em sua traseira, com possibilidade de expansão por frames".
No estande da Avid, o especialista em aplicações para som ao vivo Ricardo Mantini apresentou o novo console S3L (capa da edição 263 da AM&T). Trata-se de um equipamento modular, composto por uma superfície de controle, um stage box e uma engine. Todos são conectados pela tecnologia Ethernet AVB. "Através de somente um cabo de rede podemos gravar e reproduzir 64 canais. O S3L, que conta com um software da linha Venue que todos já conhecem, mas com algumas telas diferentes, pois incorpora novas funções, oferece plug-ins que encontramos em consoles muito mais caros. Fora isso, o console é bem leve, o que facilita muito o seu transporte", observou, para em seguida destacar que o Brasil é o primeiro país da América Latina a ver de perto a novidade.
Ainda na Avid, Emerson Jordão, gerente de contas da Avid para América do Sul na divisão Pro Audio/Live Sound, reforçou que, estrategicamente, a Broadcast & Cable é uma feira muito importante para a companhia não apenas pelo mercado de broadcast, mas também pelo de produtoras, corporativo, de produção audiovisual. "Além de estarmos apresentando a mesa portátil S3L, trouxemos para a feira o Pro Tools HDX, com a versão 11, e o Media Composer 7. E, analisando a Broadcast & Cable, posso dizer que nós estamos bem contentes. O movimento foi bom, fizemos muitos contatos. É bem importante estar aqui com nossos parceiros", encerrou.
Aldo Werner, subgerente de produtos da Yamaha Musical do Brasil, no estande da companhia destacou a presença da linha completa de consoles CL - CL1, CL5 e CL3 - e os lançamentos da versão 1.61 do firmware do CL1 e do aplicativo para iPad StageMix V4, gratuito e que pode ser baixado no site da Yamaha. Outra novidade apresentada foi o switch Teqsas Cyber TEQ, que estava conectado ao rack Rio3224-D, de 24 saídas e 32 entradas. O Teqsas trabalha com tecnologia Dante e é dotado de slots para placas AES/EBU, saídas RJ45, entrada para placa wi-fi e portas ópticas multimodo, para entrada de fibra óptica caso a rede exceda 100 metros. "É um equipamento fundamental para unidades móveis e grandes projetos de rede", afirmou Werner.
Aldo também apresentou a superfície de controle Nuage, que é um mixer e controlador do software Nuendo. "Esqueça mouse, teclado... Você faz tudo pela Nuage", acrescentou, para, em seguida, encerrar nossa conversa apresentando a nova linha de mesas MGP. "São mesas analógicas, mas com alma digital, com aplicativos controlados por iPad. Abrindo o app, você escolhe o modelo do console - MGP32X, 24X, 16X ou 12X - e logo se vê diante de um equalizador gráfico digital, controles de efeito, hall, delay, entre outros", encerrou.
No espaço da Solid State Logic, Renato Teixeira, diretor da Just Pro Audio, distribuidora da SSL no Brasil, destacou a mesa digital C10 HD, que atende às necessidades de unidades móveis e redes de televisão. Econômica, a mesa possui a função Dialog Automix, que torna bem mais simples a vida dos operadores durante a mixagem de um programa em que muitos microfones são usados ao mesmo tempo. "O console oferece uma relação custo-benefício muito boa, bem como uma bela variedade de especificações técnicas e configurações", observou. Entre outros produtos demonstrados estavam assistentes de produção como DAW Control, Dialog Automix, C-Play e 5.1 Upmix, além de interfaces, switchers e da superfície de controle e mesa de som Nucleus. "Agora estamos aguardando ansiosamente a chegada da SSL Live, que promoverá a experiência do lendário som SSL no segmento ao vivo. Embora já tenha sido lançada, ainda está passando por testes. Creio que em janeiro do ano que vem ela deverá estar por aqui", concluiu.
No estande da Pride Music, o especialista de pró áudio Jon Lopes mostrou o mixer digital Shure SCM820, disponível também nas versões DAN, DB25 e DAN-DB25. Automático, com espaço para cartão Dante, ele possui oito entradas mais um auxiliar, duas saídas A e B, entrada e saída Block ou DB25, dependendo da versão do produto, e diversos tipos de mixagens já prontas. "O pessoal de TV também está usando muito em programas de auditório para cortar feedback de PA. Cada saída pode ter um tipo diferente de mixagem, e o microfone que está na saída B, por exemplo, você pode mandar para a A com o tipo A de mixagem e para a B com o tipo B. São infinitas configurações possíveis", resumiu Jon.
Ainda no estande da Pride, o especialista de produtos Rafael Andrade demonstrou os sistemas sem fio Axient, que têm como característica a troca automática da frequência de qualquer canal que sofrer interferência, incluindo a troca da frequência dos transmissores, e uma maior duração de suas baterias, que oferecem mais de oito horas de funcionamento por bodypack. Transmitters PSM e receivers ULXD e UR4D+ também estavam entre os principais produtos apresentados.
Na Teleponto, companhia no mercado há quase 30 anos, o diretor técnico Antonio Pereira Neto apresentou o mixer compacto Allen & Heat GLD-80, cujo conceito é baseado na série iLive. O produto conta com 48 canais de entrada, oito retornos estéreo, 30 buses configuráveis, 20 canais de processamento de mixagem e efeitos da série iLive, podendo ser usado em conjunto com diferentes configurações de racks de conexões de entrada e saída para se montar sistemas de 28, 36 ou 44 entradas de microfone.
DE OLHO NO LOUDNESS
No quesito loudness, talvez o tema principal do evento, Carlos Latorre, da Libor, destacou os produtos da série DB, da TC Electronic, como o DB6, gerenciador inteligente que fica no estágio final da transmissão do sinal e faz a correção do loudness, além de upmix e downmix, "entre outras funcionalidades interessantes para quem trabalha com broadcast", afirmou, para em seguida apresentar o plug-in L6 Radar Loudness Meter, também da TC, que oferece medição em forma de radar para produtoras que precisam, com agilidade, enviar material, com loudness já medido, para as emissoras. "Como todos já sabem, o controle de loudness é uma exigência em vigor que precisa ser respeitada", reforçou o especialista.
Christopher Spahr, diretor de vendas e operações da RTW International, fabricante alemã de produtos de medição de áudio para soluções de loudness e broadcast distribuídos no Brasil pela Libor, apresentou medidores como o pequeno TM3, o TMR7, para rádio, e o SurroundControl 31960. "São itens que mostram, sem alterar, o nível de loudness da forma que você quiser ver, seja por números, gráficos, entre outros", explicou, destacando que todos já estão disponíveis no país.
No estande da Visom Digital, os principais destaques foram soluções com várias ferramentas de controle de loudness, medição e validação. Da Minnetonka Audio foram apresentados o software ATS, servidor de controle de loudness para emissoras, e o Focus, para afiliadas. "A Minnetonka é mundialmente conhecida pelos sistemas implantados em diversas emissoras. Recentemente, inclusive, foi instalado um ATS na TV Globo São Paulo. Com ele, pode-se trabalhar diversos canais de áudio, o que facilita para que a transmissão seja feita, simultaneamente, com os padrões de loudness do Brasil e de outros países, por exemplo", afirmou Paulo Campos, gerente de vendas da Visom. Da Nugen Audio, a empresa levou softwares com ferramentas de loudness para pós-produtoras. "Para nós, a feira foi muito boa, pois foi possível mostrar a diversas emissoras alguns dos softwares para controle de loudness mais vendidos em todo o mundo", concluiu.
MICROFONES, HEADSETS, TRANSMISSORES...
No estande da CV Audio, o diretor de marketing Ricardo Kawasaki apresentou os novos microfones Shure VP83 e VP83F, desenvolvidos para serem usados com câmeras DSLR. "Enquanto na versão básica pode-se captar o áudio sincronizado à filmagem, na versão F há a possibilidade de inserir um cartão de memória adicional para aliviar a autonomia do cartão da câmera e facilitar a importação do áudio", esclareceu Ricardo. Já na Eurobrás, o MKE600, outro microfone para câmeras DSLR, foi o ponto alto. Trata-se de um supercardioide/lobar com uma sensibilidade de 21 mV/Pa quando alimentado por 48V, mas que cai um pouco quando alimentado por pilha AA. "As câmeras DSLR oferecem grande qualidade em vídeo, mas deixam a desejar no áudio. Pensando nisso, a Sennheiser lançou este mic, que tem corpo e permite uma melhor captação", observou Paulo Cesar Nunes, especialista da empresa, que tem sede no Rio de Janeiro.
No estande da Pinnacle Broadcast, empresa com 12 anos de atuação nos mercados de vídeo, broadcast e streaming, o gerente comercial Samuel Hafens apresentou o novo microfone Rode VideoMic, agora com suspensão Rycote. "O VideoMic é dotado de uma nova suspensão, capaz de permitir uma melhor fixação na câmera DSLR. É uma novidade que evita alguns problemas de manejo", declarou Samuel. Jon Lopes, da Pride Music, além de demonstrar os já citados microfones Shure VP83 e VP83F, adiantou que, em breve, muitas novidades da fabricante chegarão ao Brasil via Pride. "Há muita coisa chegando nas áreas de microfones, fones de ouvido. Vale a pena esperar", anunciou. Já no estande da Visom Digital, o destaque entre mics foi o H4 SuperMINI, da Holophone, para captação em 5.1 com encoder Dolby Pro-Logic II.
Outra novidade presente no estande da CV foi o sistema Shure UR1H, que "conversa" com os receptores das famílias SM e que pode funcionar como ponto eletrônico e como monitoração. Ricardo Kawasaki ainda destacou a presença no estande do sistema de monitoramento completo profissional PSM1000, do receptor portátil UR5, de produtos e peças de reposição König & Meyer e do headset H6, da Country Man, que conta com um cabo reforçado e permite ajuste com maior firmeza graças à sua alça de duas orelhas. No espaço reservado à Teleponto, Antonio Pereira Neto apresentou a nova tecnologia da linha RTS de sistemas de comunicação. "Os sistemas agora trabalham dentro de uma plataforma totalmente aberta, chamada Omneo. Essa plataforma é baseada nos protocolos Dante e, a partir de agora, o usuário poderá acoplar todo o sistema de comunicação RTS que já possui a esse novo protocolo de áudio", afirmou.
ILUMINAÇÃO: SÓ DÁ LED
No espaço da Comerciall, empresa que representa no país nomes como Egripment, Compulite, Lite-Puter, Kupo Grip e Nash, entre outras, o diretor de fotografia e consultor técnico Orlando Magalhães apresentou os refletores com sistema de DMX wi-fi. "Para trabalhos pequenos, em que você precisa de agilidade, é uma boa solução. Como não trabalha com fios, é colocar no chão ou no grid e já está funcionando", destacou, para depois mostrar a mesa de luz Lite-Puter CX12, de 96 canais, atuando em conjunto com dimmers como os DX1227, DX610 e DX1220, da mesma marca. Da DeSisti também marcaram presença os fresneis de LED, com alto índice de reprodução de cores e disponíveis em versões de 40, 90 e 120 W.
Por sua vez, no espaço da CineShop, que há mais de três décadas atua nos segmentos de broadcast, teatro e cinema, o consultor técnico Rubens Silva apresentou produtos como o refletor de Fresnel Arri LED L7-C, que oferece a possibilidade de controle da temperatura de cor, que vai de 2.800 K a 10.000 K. Outra novidade da empresa, que distribui marcas como Bulbtronics, Lee Filters, MarinCo, Nanuk e Philips, foi um tapete digital em HD, que requer menos iluminação e oferece uma qualidade ótica superior na captação de imagens.
Na Trev Electronics, Sergio Trevisan Jr. apresentou lançamentos como a linha de iluminadores LED para estúdios, também disponíveis em versões painel com automatização DMX. "São equipamentos que oferecem uma temperatura de cor ideal para filmagens, além de serem leves e compactos", observou. Outros lançamentos foram as linhas de monitores de 7" para campo e de até 21,5", com multiview, para diretores de filmagens. A Eurobrás, que distribui marcas como Arri, Etc e Lite-Panel, levou ao estande o Celeb 200, painel de LED da Kino Flo. Segundo Paulo Cesar Nunes, o diferencial do produto, cujas dimensões são 74 cm x 43 cm, é algo muito próximo à perfeição quando o assunto é temperatura de cor. "Na traseira do painel há botões por meio dos quais você pode ajustar a temperatura entre 2.700 K e 5.500 K. O projeto é bem interessante. Em breve será lançado o Celeb 400, que terá as mesmas funções, mas será ainda maior, com 1,20 m x 60 cm", destacou o profissional.
No estande da Lumatek, Célia Cicchinelli enfatizou a presença de produtos da nova representada pela companhia: a americana Mole-Richardson, há 85 anos no mercado e que está trazendo ao país tecnologia LED para cinema e televisão. "Os LEDs de hoje já conseguem fornecer uma luz de 2.000 W, consumindo somente 200 W. A qualidade de um LED e a economia de energia permitida por ele são o que há de mais importante para as emissoras", recordou a representante da empresa paulista, que no Brasil também distribui marcas como Avenger, Dexel, Kata, Manfrotto e Photoflex.
SUPORTES E ESTRUTURAS
No estande DMS Vídeo, foram apresentadas novidades como uma minigrua que pode ser adaptada a uma steadicam e a lança 4.2 Eco, que pode trabalhar com outro produto presente no espaço da empresa: a nova cabeça remota Mini Giro Cam Eco, que realiza movimentos de pan e tilt. A companhia também levou à feira um slider motorizado sobre tripé. "É possível controlar a velocidade do carrinho, além do tempo de movimento e do tempo parado. É ideal para a criação de time lapse", destacou Eduardo Soares, diretor da DMS.
Na Mattedi, fabricante carioca de gruas, minigruas, travellings, entre outros itens, os destaques foram tripés - o menor e o maior lançados pela empresa. "O Mini SH II comporta carga de até 5 kg, enquanto o M-30 S aguenta carga de até 20 kg", explicou Aylton Mattedi, proprietário e diretor da empresa. Já na Comerciall, um destaque foi o Lite Mini Hoist, da italiana DeSisti, equipamento com capacidade de suspensão de 100 kg e bastante utilizado em telenovelas.
CÂMERAS: 4K EM EVIDÊNCIA
Na área dedicada a câmeras para aplicações de produção e cinematografia, Eric Soares, engenheiro de pré-vendas da Sony, falou sobre um dos principais lançamentos de 2013 - a atualização da Sony NEX-FS700. "É uma câmera de alta definição com sensor 4K, indicada para comerciais e produções de baixo custo. Sua principal novidade é o adaptador HXR-IFR5 para o gravador 4K AXS-R5", destacou. Ainda dentro da tecnologia 4K para a linha profissional, a Sony levou à feira a câmera PMW-F55, para cinema. "Ela faz a captura totalmente em 4K e trabalha com múltiplos codecs. Pode-se operá-la em alta definição, a 50 megabits, ou então em formato com compressão XAVC, que é o Mpeg4, uma novidade na nossa linha", destacou Eric, que ainda citou o novo monitor 4K PVM-X300, de LCD, como outra importante presença no estande.
A Pinnacle, que em seu espaço também expôs os conversores AJA Hi5-4K e Ki Pro Quad, aproveitou a Broadcast & Cable para reforçar junto ao mercado que agora é distribuidora master da Blackmagic Design no Brasil. Fundada em 1984, a fabricante é especializada em equipamentos para broadcast e produção de vídeo. Entre seus principais produtos podem ser citadas as câmeras Production Camera 4K, que acompanha um sensor de tamanho Super 35, a Pocket Cinema, considerada a mais compacta filmadora Super 16 do mundo, e a Camera Cinema, dotada de um sensor de imagem 2.5K com tecnologia 13 stops Dynamic Range. "Como distribuidor master da Blackmagic, a Pinnacle oferece suporte, garantia e assistência técnica, coisas que a fabricante não tinha no país até agora", concluiu o gerente Samuel Hafens.
Mario Jannini, technical sales representative da Arri Inc., nos recebeu no estande da companhia, onde além de ser possível conferir detalhes do refletor de LED L7-C, o visitante também podia saber mais sobre a robusta câmera Alexa XT, que agora grava até 51 minutos em ArriRaw, codec sem compressão, onboard, em cartão SSD, de 480 GB de mídia. "O maior benefício é não haver mais a necessidade de contar com um gravador externo", destacou Mario. "E vale ressaltar que o sistema onboard é resultado de uma parceria entre Arri e a Codex", acrescentou.
SOLUÇÕES DE VÍDEO, CABOS E MAIS
O sistema multicâmera Newtek 3Play 4800, voltado a esportes ao vivo e que é capaz de enriquecer as transmissões por meio de recursos como câmera lenta, replay instantâneo e melhores momentos, chamou a atenção no estande da Pinnacle. Também da Newtek, o TriCaster 8000 era outro equipamento que estava sendo demonstrado. Apresentado em destaque na L&C 162, de janeiro deste ano, o equipamento é uma solução completa para produções de broadcast ao vivo. Com switcher de 24 canais, o TriCaster 8000 suporta produção multicâmera em alta resolução em HD e permite realizar streaming ao vivo de maneira bem simples.
No estande da CIS Group, o diretor de vendas Rafael Defaveri mostrou soluções de vídeo como o sistema Scratch, da Assimilate, focado em correção de cor e finalização de cinema e filmes em geral. "Ele trabalha em qualquer resolução, da mais simples até 8K, atuando em tempo real. É um dos sistemas mais utilizados do mercado", afirmou o profissional, antes de se dirigir ao espaço dedicado a produtos da Cinegy, onde podiam ser encontradas soluções de workflow para jornalismo e pós-produção baseados em software.
Há 17 anos no mercado de broadcast, a fornecedora de soluções em conectividade Nemal do Brasil levou à B&C diversas novidades. Carlos Heckmann, representante comercial da companhia, destacou, entre os itens, os cabos de fibra tática, que são reforçados com kevlar, para aplicações externas de transmissão de dados, vídeo e áudio. A empresa ainda mostrou sua linha completa de cabos para câmeras SMPTE, além de painéis modulares.
ENTRETÍTULO: LOUDNESS EM DESTAQUE NO CONGRESSO SET
O debate sobre loudness ainda é uma questão pouco comum no Brasil, e vale lembrar que a legislação que padroniza o volume de áudio das transmissões de rádio e televisão nos espaços dedicados à propaganda, apesar de antiga (a lei 10.222 data de 9 de maio de 2001), foi regulamentada há pouco tempo, em 2012, quando o assunto começou a ganhar mais corpo nacionalmente. Daí ser tão importante a realização de um encontro como o que aconteceu durante o evento.
Intitulado "Loudness: definições da regulamentação no Brasil", o painel do Congresso SET permitiu que vozes dissonantes fossem colocadas frente a frente. Enquanto Alexandre Sano, do SBT, fez às vezes de moderador e Roberto Ferreira dos Santos, da Anatel, adotou um discurso conciliador, Thomas Lund, da EBU/TC Electronic, falou sobre como é a regulamentação na Europa e Estados Unidos, apontando o que ele entende como falhas na lei brasileira. Mas o embate de opiniões e posições se deu de forma mais clara entre Luiz Fausto, engenheiro da Rede Globo e membro dos grupos de loudness da SET e do Ministério das Comunicações, e Octavio Penna Pieranti, diretor do Departamento de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações.
Luiz Fausto destacou que houve avanços no que diz respeito à lei, uma vez que ela agora se aplica apenas à TV digital aberta e que a penalidade aplicada em caso de infração das regras não é mais a suspensão da emissora por 30 ou 90 dias, mas sim advertência e multa. "Isso, com certeza, melhorou bastante o cenário, mas, de qualquer maneira, entendemos que a regulamentação técnica tem que ser mais razoável. O rigor excessivo não é necessariamente benéfico ao telespectador. Esperamos que haja uma oportunidade de a lei ser revista, e que mude para algo que a radiodifusão considere possível de ser feito", observou.
Por sua vez, Octavio disse acreditar que as emissoras digitais possuam condições de se adaptar às regras e de encontrar soluções para os seus problemas. "Algumas emissoras, inclusive, já estão dialogando com as agências de publicidade para que elas entreguem seus conteúdos de uma forma a se adequar à regulamentação existente no país. Em última instância, é o telespectador quem vai poder assistir a uma programação sem se sentir irritado pela diferença no volume do áudio", apontou.
Sobre a alegação das emissoras sobre um possível excesso de rigor da lei, Pieranti foi taxativo. "Eu acho que não há nenhum excesso de rigor. É uma lei de 2001, e o Ministério das Comunicações, sensível ao debate internacional, veio a regulamentar, por força de decisão judicial, essa lei em 2012, ou seja, 12 anos depois do início da discussão no Brasil. Além disso, o Ministério estabeleceu um ano para que as emissoras pudessem se adaptar às novas regras, criou um grupo de trabalho, realizou testes e permite que, numa primeira situação de falha por parte da emissora fiscalizada, ela seja advertida, em vez de multada. O Ministério, sensível ao debate e considerando as ainda poucas formas de controle existentes no Brasil, estabeleceu mecanismos de fiscalização mais flexíveis do que os usuais", concluiu.
PRÊMIO SET E OS MELHORES DO ANO
Como já é de costume, durante a Broadcast & Cable, o Prêmio SET, promovido pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão, tornou público os profissionais e projetos eleitos como os melhores do ano. Abaixo, a lista completa de vencedores:
- Melhor solução em transmissão e/ou recepção ISDB-TB: projeto Repetidores regenerativos e não-regenerativos, da Inatel
- Melhor solução de interatividade baseada em middleware Ginga: projeto Brasil 4D, da EBC
- Melhor solução em mobilidade para TV Digital: projeto ipTV mobile streaming, da ECA USP
- Melhor solução de gerenciamento de conteúdo (MAM): projeto Produção e gerenciamento multiplataforma, de A Gazeta ES RTV
- Melhor solução em produção para esportes: projeto Transmissão multicanal HD via IP (NXL-IP55), da Sony
- Melhor solução em integração com novas mídias: projeto VDS-TV & NET Now, da CISCO e NET
- Categoria Inovação: Produção ao vivo não linear (GV Director), da Grass Valley
- Melhor artigo publicado na revista SET: "Panorama da confusão tecnológica" (edição 130), de Valdecir Becker