A utilização de consoles digitais em shows ao vivo já não é novidade alguma. Hoje em dia é muito comum encontrar, nos grandes festivais de música, equipamentos do gênero. Mas, para que tal transformação ocorra devidamente, é necessário que o homem se mobilize, o que não é uma tarefa simples.
A resistência de boa parte dos técnicos a este tipo de equipamento ainda é grande. No entanto, segundo experts, os consoles digitais não são mais uma tendência e, sim, uma realidade.
Quem sabe faz ao vivo e bem feito
Engenheiro de gravação e operador de PA, o carioca Renato Muñoz aconselha seus companheiros de profissão que ainda não tiveram a experiência ou, simplesmente, se negam a tê-la: "a gente precisa se atualizar". De acordo com ele, quem não se adequar logo à modernidade ficará para trás neste disputado mercado de trabalho. Muñoz atenta que a resistência por parte dos técnicos é desnecessária, já que os grandes festivais de música já comprovam a invasão desse tipo de equipamento.
E é verdade. Hoje em dia, é muito comum encontrar apenas dois consoles por evento - um para PA e outro para monitor -, ao contrário dos tradicionais engarrafamentos de mesas, característicos de festivais do passado. "A facilidade operacional modificou a cabeça das empresas de locação e dos profissionais, embora ainda exista aquela velha repulsa ao digital. Acredito que, no exterior, em torno de cinco ou seis anos, as mesas digitais representem uma totalidade. No Brasil, esta substituição levará algum tempo. No entanto, é bom ficar prevenidos", diz.Mas engana-se quem pensa que o contato de Muñoz com este tipo de equipamento se deu inicialmente na estrada. Ainda que tenha sido um dos primeiros a comandar ao vivo uma Yamaha O2R, o engenheiro já a operava no estúdio particular de Roberto Frejat, líder do Barão Vermelho e por isso não teve muitas dificuldades ao encarar o console nos shows do grupo. "Em 1997, 1998, durante a turnê do disco Álbum, já utilizávamos as mesas digitais em apresentações ao vivo, assim como os aparelhos de ADAT. Naquele momento, éramos a primeira banda nacional a se aventurar com este tipo de recurso e graças à prévia operação em estúdios, estive apto para executar o trabalho. Lembro que nem mesmo os profissionais da Yamaha compreendiam nossa filosofia", detalha.
E durante a experiência citada, Muñoz não esteve sozinho. Ao seu lado - mais precisamente sobre o comando dos monitores do grupo -, o operador e proprietário da locadora de equipamentos Lang Brothers Sonorização, Marcelo Ferreira, também pilotava sua O2R sem qualquer receio. "Não havia mistério, simplesmente passávamos a utilizar, na estrada, o que conhecíamos, há tempos, dos estúdios de gravação. A adaptação foi instantânea", resume.
Fato semelhante ocorreu com o operador de PA João Roberto Guarino, o Cotô. Habituado a trabalhar em estúdios com uma O2R plugada a um Pro Tools, ele conta que também não encontrou dificuldades de adaptação nos palcos da vida. "Sempre operei equipamentos digitais de diversas origens. Fora isso, a troca de informações com companheiros de profissão favoreceu bastante meus conhecimentos", justifica ele, que faz parte do primeiro time de técnicos a trabalhar com mesas digitais em shows no país. Sua estréia se deu em 1998, numa apresentação da cantora Rita Lee - que, na ocasião, era acompanhada por sua banda e por uma orquestra sinfônica - durante o projeto Pão Music, evento sonorizado pela empresa paulista Tukasom.
Vantagens e desvantagens do sistema
O operador de monitor Paulo Farat afirma ter notado a incidência de consoles digitais, como a PM1D, por exemplo, nos eventos no Brasil inteiro. Ele aposta na total substituição dos equipamentos analógicos a médio prazo e arrisca: "acredito que as mesas digitais vieram para ficar. Os grandes festivais já adotaram o sistema com enorme afinco e, que me lembre, nos últimos tempos, a única vez em que não utilizei uma destas foi em uma edição do Pop Rock [realizado em Belo Horizonte]. Na verdade, tivemos problemas com o horário da passagem de som e preferi não arriscar minha pele. Me senti mais seguro em fazer um vôo cego com a clássica Midas Heritage, também disponível no local", brinca Farat, admitindo que naquela ocasião teve tempo apenas para fazer o line check minutos antes da apresentação do Capital Inicial, grupo com quem trabalhava.
Marcelo Ferreira e sua InnovaSON: investimento que compensa
Ele destaca ainda que a grande vantagem em utilizar o equipamento digital está na possibilidade de, a cada dia, acrescentar detalhes nos setups de estrada dos artistas. "É uma maravilha poder variar tópicos como compressão, por exemplo, e fazer cenas distintas para cada música - ambientando guitarras e baterias de formas diferentes -, set list ou apresentação", diz.
Já Vavá Furquim, que também debutou em grande estilo sobre uma PM1D, admite que a adaptação às digitais é gradativa. Principalmente quando os operadores são seres valvulados, como o próprio se denomina. "Sou um grande entusiasta do mundo analógico e, por isso, vivia fugindo do contato com o universo digital. Para mim, esta tecnologia se resumia a processadores de filtros para uso em PA. O grande problema das mesas digitais é que, cada uma tem uma plataforma de apresentação bem diferente das analógicas. Por outro lado, a possibilidade de programação de cenas salvas num laptop - que nos permite trabalhar em off - é fantástica, como no caso da DM2000", avalia. "As mesas digitais são produtos de altíssima qualidade, que trazem muitas ferramentas úteis. Se fôssemos reunir tudo isso num mundo exclusivamente analógico, no fim, ele seria muito mais caro e de difícil operação", completa.
Paulo Farat é um dos muitos técnicos que acreditam que os consoles digitais vieram para ficar
Quando o preconceito não passa de um conceito
De acordo com a maioria dos operadores que utilizam consoles digitais, existe um grande preconceito que deve ser rompido urgentemente. Paulo Farat é um dos seguidores desta teoria e dá a dica: "é preciso relaxar, pois as mesas digitais são um grande barato! Os técnicos das empresas que as utilizam sabem tudo a seu respeito. Personagens como Batata, Valtinho, Fernando Ricca e o próprio Cotô, entre outros, estão sempre em busca da divulgação de mais detalhes. Eles são nossos verdadeiros manuais de operação", brinca. "Hoje, diversos artistas viajam com seus próprios consoles digitais. Nos últimos três anos tive a tranqüilidade e o prazer de fazer todos os shows da carreira solo de Frejat com duas Yamaha O2R 96, sendo uma para o PA e outra para o monitor", emenda Marcelo Ferreira.
Por outro lado, Vavá admite que, ao invés de preconceito, pode existir uma espécie de conceito sonoro, propriamente dito, defendido por parte dos profissionais. A afirmativa, ele mesmo justifica. "Apesar de trabalhar com consoles digitais há algum tempo, adoro pilotar uma XL-4 ou uma Recall com prés RN", diz o técnico, seguido por Rodrigo do Valle. "Não adianta renegarmos o digital. Acredito que, em pouco tempo, a lei da sobrevivência no mundo do áudio ditará a seguinte regra: se você não estiver pronto para operá-las, outro profissional assumirá seu posto de imediato", aposta.
Quando perguntados sobre as particularidades dos consoles digitais, alguns técnicos teceram seus comentários. Saiba agora quais são as preferências de cada um destes profissionais.
Marcelo Ferreira: "Particularmente gosto muito da Sy80, da InnovaSON, por sua sonoridade e facilidade operacional, que permite configurá-la da maneira mais confortável possível".
Paulo Farat: "Atualmente, e sem dúvida alguma, a PM1D é a mesa ideal, mas gostaria de ter trabalhado com mais opções para poder compará-las detalhadamente".
Vavá Furquim: "Admiro a praticidade e a facilidade de operação e programação da Sy80 da InnovaSON, afinal são 80 faders que você pode arrumar como bem entender. Sem esquecer, claro, da área de expansão X-fader, que é a grande sacada do equipamento. Também admiro a qualidade de áudio da Showconsole, da Harrison. Meu próximo passo é conhecer melhor a DigiCo".
Renato Muñoz: "Recentemente descobri que a área de programação das Sy80 é bem mais visível que a de mesas como a PM1D, por exemplo. Isso me agrada e muito, pois a acessibilidade imediata é um grande diferencial que beneficia a manipulação dos técnicos".
Cotô: "Trabalhei bastante com a PM1D e com a DM Series, da Yamaha, que são excelentes. Como algumas locadoras dispõem da DM2000, que é super compacta, eu tenho sets para os dois modelos. Além destas, a própria InnovaSON é outra que muito me agrada".
A palavra de quem compra
Proprietário da Lang Brothers Sonorização, Marcelo Ferreira admite que a facilidade operacional e o fato de serem compactas - além, é claro, da considerável redução de espaço físico - foram determinantes para a aquisição dos consoles digitais em sua empresa. Segundo ele, os modelos analógicos geralmente necessitam de racks externos, contendo periféricos e conexões extras. Já as digitais vêm prontas de fábrica para o ataque.
Ele avalia também a importância da presença de um técnico especializado nos eventos sonorizados pela Lang. Em sua opinião, o esclarecimento de dúvidas relacionadas ao uso do equipamento é fundamental para a tranqüilidade do operador em atividade. "O que fazer com aquele marinheiro de primeira viagem que caiu de pára-quedas sobre uma O2R, por exemplo? Temos que socorrê-lo", diverte-se ele, que possui algumas unidades das Yamahas O2R, O2R96, O1V - com slots de expansão - e a recém-adquirida Sy80.
João Américo contou com o suporte da FZ Áudio para a atualização de seus técnicos
Ainda de acordo com Marcelo, o retorno financeiro referente à locação dos consoles é dado como certo, já que abre portas para uma concorrência mais equilibrada com as demais empresas que os dispõem. "Em alguns eventos, como, por exemplo, os festivais de grande porte, a utilização do equipamento digital cresceu e muito. Com isso, ganham o artista, o técnico e o locador", diz. "Sem falar na economia de tempo que temos para as trocas de palco e sessões de mixagem. Isto realmente não tem preço".
João Américo, da João Américo Sonorização, que adquiriu em 2003 uma O2R e duas DM2000 da Yamaha, além de uma Sy80, diz que a adaptação de seus técnicos aos novos consoles foi imediata. De acordo com o locador, o corpo profissional da empresa recebeu suporte de Fábio Zacarias, da FZ Áudio, e teve total liberdade para desvendar as funções do equipamento. "Alguns técnicos da cidade vieram até aqui em busca de atualização. Nossos funcionários se incumbiram de dar o suporte, pois é de grande interesse para a firma que novos profissionais aprendam a utilizá-lo", diz. Ele conta ainda que há quatro anos esteve presente numa edição da Musikmesse em Frankfurt e que, durante a viagem, imaginava como seria bom se existissem mesas digitais para PA. Para sua surpresa, ao chegar na feira internacional, se deparou com uma das primeiras versões da InnovaSON. "Quase não acreditei. No mesmo ano a Yamaha lançou a PM1D", diz ele que, na época, até tinha receios quanto ao som do equipamento. "Achava que seria tudo muito pasteurizado, assim como uma foto granulada está para a fotografia. Mas pude notar a surpreendente qualidade do console", lembra.
Outro locador, o paulista Tuka, da Tukasom, revela que o mercado de locação de consoles digitais está em grande ascensão no país. O empresário afirma ter, em sua empresa, cerca de dez unidades, distribuídas entre os modelos PM1D, PM5D, DM2000 e O2R, todas com grande saída.
Os funcionários de sua empresa também receberam treinamentos especializados - realizados pela Yamaha - e tiveram que aprimorar seus conhecimentos de língua inglesa. A qualificação profissional parece ser condicional para ele. "Somente contratamos técnicos que passaram por algum curso de especialização, como IAV, IATEC ou qualquer outro reconhecido por nós. Claro, se o técnico já está na estrada há dez ou 20 anos, e conseguiu se formar dentro do mercado, a avaliação é diferenciada. Mas, na maioria dos casos, o conhecimento comprovado é fundamental", sentencia.
Já Marconi, proprietário da Marc System, que dispõe de diversos consoles como O2R, DM2000 e a recém adquirida PM5D, reafirma a necessidade da fluência do inglês. Prova disso é que o empresário ofereceu um curso para os funcionários, ministrado dentro da própria empresa. "Procuramos fazer uma triagem para saber o nível de conhecimento do pessoal. Hoje, temos 13 técnicos cursando inglês. Isso nos ajuda a manter o alto nível da empresa", justifica.
Marconi acredita que a formação técnica também seja fundamental para a avaliação profissional. "Antigamente, tudo era feito na base da orelhada, ou seja, a formação era mais prática do que técnica. O equipamento era dado para nós, que tínhamos que aprender a usá-lo autonomamente. A maioria dos técnicos não dominava o inglês a ponto de entender um manual de instruções. Hoje, quem não correr atrás e se profissionalizar, em todos os sentidos - na parte de informática, idiomas e cursos especializados -, não irá conseguir espaço no mercado do áudio", encerra.
Conheça os principais consoles digitais disponíveis no mercado
Yamaha PM1D
O console digital mais famoso e usado do mercado é encontrado em versões de 48 e 96 canais, com conversores AD de 28 bits e DA de 27 bits, podendo ser operado em 44,1 ou 48 kHz. A flexibilidade e a confiabilidade são suas principais características. Ela é composta por uma superfície de controle CS1D e por uma unidade externa, em que se encaixam os módulos de entrada e saída [digitais e analógicos], os slots de expansão e a unidade de força. A superfície de controle é dotada de 67 faders de 100mm motorizados, que são ajudados por uma tela de cristal líquido.
Yamaha PM5D (RH)
É a irmã caçula da PM1D e a grande aposta da Yamaha para a criação de um novo segmento de consoles digitais para FOH. Compacta, ela esconde surpreendentemente 130 canais de entrada (digitais e analógicos), sendo 48 em seu próprio console, bem servidos de efeitos, que dispensam o uso de qualquer rack externo. Outra característica interessante é a possibilidade de se trabalhar tanto em 44,1 ou 96kHz, sem que haja sacrifício de canais ou processamentos. A PM5D (RH) também possui slots para conexão de placa YGDAI, para uso de conversores AD/DA e efeitos externos, o que expande sua quantidade de conexões.
A diferença básica entre as duas versões - PM5D e PM5D RH - está na possibilidade de armazenamento e recall dos controles analógicos do pré-amplificador e no ganho máximo do pré (60dB mono e 34dB nos canais estéreo na versão normal e 62dB mono ou estéreo na versão RH). A nomenclatura RH é originária do parâmetro Recallable HA (HA = Head Amplifier = pré-amplificador).
Yamaha DM2000
A princípio, seu uso era direcionado para aplicações em estúdios de gravação, mas, com o passar do tempo, a DM2000 começou a invadir o show business. Hoje, junto com a O2R96, se tornou um dos mais populares consoles digitais compactos do mercado, possuindo até 96 canais de entrada com dois equalizadores paramétricos - para cada; compressor/expander com gate independente; 30 buses com inserts; compressor/limiter e delay. Para acrescer a quantidade de canais e controle é possível utilizar duas unidades do console em cascata. Seu processamento interno é de 32 bits/96kHz, com acumuladores de 58 bits. Já os prés operam com conversores de 24 bits, com taxas de até 96kHz. No ano passado, a DM2000 ganhou o prêmio MIPA (Messe International Press Award) de melhor console para PA.
Yamaha O2R96
Assim como a DM2000, a O2R saiu dos estúdios para os PAs e monitores. Compacta, ela oferece uma boa relação custo/benefício e também suporta mixagem de até 56 canais. A O2R96 ainda possui 24 entradas analógicas, sendo 16 com prés, que foram desenvolvidos a partir das especificações da DM2000. Seu processamento interno é de 32 bits, com acumuladores de 58 bits e seus conversores são de 24 bits, operando com taxas de até 96kHz.
Digico D5 live
Sensação no exterior, este console possui quatro telas touch screen coloridas, nas quais os técnicos e engenheiros podem monitorar e comandar todas as suas funções. Para os fãs de botões, ela conta com uma grande quantidade de faders e knobs que, através de configuração, assumem as funções mais utilizadas para acesso instantâneo. A D5 Live possui 40 buses internos, multi-configuráveis; matriz 38 × 8 e suporta o máximo de 128 entradas (versão 112EX), que se conectam ao módulo remoto. Seu processamento interno é de 32 bits ponto flutuante e trabalha com taxas de amostragens de 96kHz, prometendo uma boa resposta aos comandos, baixa latência e ótima qualidade sonora. O módulo remoto é conectado ao console através de um cabo de fibra ótica.
No Brasil, existem apenas quatro unidades disponíveis, são elas: D5 Live 56, que oferece 64 canais de entrada (56 analógicos e 16 digitais) e não possui placa de efeitos; D5 Live 56EX, que oferece 64 canais (56 analógicos e 16 digitais), como standard, mais pode chegar a 128 canais de entrada (112 analógicos e 16 digitais), além de possuir uma placa de efeitos; D5 Live 112, que oferece como standard 128 canais de entrada (112 analógicos e 16 digitais) e possui placa de efeitos; e a D5 Live FMX, que é uma espécie de pacote constituído de dois consoles D5 Live 56, para FOH (front of house) e monitor, que somam juntos 128 canais de entrada. O modelo também possui placa de efeitos.
InnovaSON Sy80
Com 80 faders de 100mm que podem ser configurados para controlar seus 80 canais de entrada ou assumir qualquer comportamento que o usuário desejar, a Sy80 é composta por uma superfície de controle e uma unidade local (Mix Box), onde ficam os DSPs e são feitas as conexões digitais e analógicas. O modelo vem de fábrica com 16 canais de entrada e saída de linha em sua unidade local, podendo ser adicionados, por exemplo, até oito módulos SI-8D com oito entradas XLR cada, somando até 64 canais de entradas analógicas. Uma unidade remota (opcional), chamada de Stage Box, também pode ser conectada à Mix Box via cabo coaxial de 150 metros.
InnovaSON Sy40
É a versão compacta da Sy80. Apesar de algumas limitações em relação ao modelo maior, ele possui algumas características semelhantes. Ele possui 48 faders de 100mm e oferece em seu próprio console 32 entradas mic/line e 16 saídas processadas como standard, podendo chegar a 64 entradas mic/line e 48 saídas com o uso do Stage Box.
Mackie TT24
A compacta TT24 é o primeiro console totalmente digital da Mackie voltado para PA e monitor. Possui 24 canais de entrada, com pré-amplificador com equalização paramétrica, compressor, gate e filtro passa-alta, além de 24 entradas e saídas digitais ADAT, que necessitam de uma placa de DSP extra para uso dos efeitos. Outra placa opcional também pode ser instalada para o uso de dois consoles TT24 em cascata.
Digidesign Venue
O console foi visto pela primeira vez em Londres na feira PLASA. O expansível Venue é composto pelo D-Show, sua superfície de controle modular, um rack local de DSP e conexões digitais, inserts e direct outs chamado de FOH Rack e o Stage Rack, que comporta até 48 canais de entradas e saídas analógicas. Posicionado no palco, ele se conecta digitalmente ao FOH rack através de um cabo coaxial. O Venue pode chegar a 96 canais de entradas e saídas analógicas. O uso de periféricos em forma plug-in, é uma das inovações deste console que acaba de chegar ao mercado. Mais detalhes sobre a Venue na seção Primeira Vista desta edição.
Acesse:
www.yamahaproaudio.com
www.digiconsoles.com
www.innovason.com
www.mackie.com
www.digidesign.com
Na corrida contra o tempo
Seguindo a linha de raciocínio que aponta a invasão dos consoles digitais em aplicações ao vivo, alguns profissionais admitem que tiveram que se atualizar tecnologicamente. Marcelo Ferreira recorreu a leituras especializadas e participou de diversas palestras sobre o assunto - ministrados por profissionais da Yamaha e da InnovaSON, e workshops de Dominic Delguste -, além de operar o próprio equipamento, disponível em sua empresa. "Quando adquiri a Sy80, fiquei fuçando todos os parâmetros possíveis durante uma semana. Ao lado de Renato [Muñoz] pude descobrir diversas funções interessantes", diz.
Rodrigo do Valle estreou com uma PM1D e não fez feio. Segundo ele, a ajuda de profissionais da Gabisom foi essencial
Já o operador de monitor, Rodrigo do Valle, considera que a seqüência de trabalhos com equipamentos do gênero seja capaz de reduzir o tempo de adaptação dos profissionais. De acordo com ele, a saída é estar em contato direto com os consoles. "Minha estréia também foi com uma PM1D e, apesar de não ter tido contato anterior com o equipamento, com um simples bate-bola com técnicos da Gabi[som] já estava ambientado. Depois, tudo ficou mais fácil", resume.
E Vavá Furquim conta que participou apenas de workshops e apresentações de produtos, ficando ausente de cursos especializados. "Sempre tive muita preguiça para o digital. Nunca senti vontade de programar uma bateria e, quando via um colega de profissão fazendo, achava que aquilo era algo que o próprio músico deveria fazer, afinal é ele quem iria tocar", diverte-se.
Cinco dicas para não se assustar com o console digital
Estude inglês e informática: enriqueça seus conhecimentos de inglês e informática, que lhe serão favoráveis para a navegação intuitiva, já que todas as mesas contêm softwares e utilizam o idioma.
Freqüente cursos especializados: existem em várias cidades do país boas escolas, com cursos especializados em consoles digitais. Procure uma delas.
Fale com o suporte técnico: de fabricantes e representantes; sempre se descobre alguma nova função.
Visite os sites dos fabricantes: para técnicos e curiosos que desejam conhecer com mais detalhes o funcionamento dos consoles digitais, os fabricantes disponibilizam em seus sites, manuais, dicas e até versões completas dos softwares dos consoles, permitindo inclusive, a criação de templates de um show inteiro.
Troque informação: com seus companheiros; falar com quem já teve a experiência de lidar com consoles digitais também ajuda a resolver problemas práticos.