Sólon do Valle

Publicado em 01/10/2001 - 00h00

Depois do 11 de setembro, ficamos todos muito pensativos. Sabemos que, enquanto houver diferenças entre a Humanidade, haverá disputa, opressão, injustiça e guerra, mas o ponto a que estamos chegando era, até então, impensável.
Nós, que vivemos de atividades pacíficas por natureza, nos sentimos violentados cada vez que presenciamos crimes individuais - quem dirá crimes contra a coletividade, como o que vimos há pouco.
Cada um de nós precisa ajudar a espécie humana a evoluir, a se desbarbarizar, a merecer o adjetivo humana em seu sentido nobre - isto é, no sentido da grandeza humanitária.
O que podemos, como gente do áudio e da música, fazer para cooperar com esse sonhado engrandecimento? Trabalhar com desprendimento é a resposta. Não visar apenas o lado material da coisa, mas sim curtir o aspecto belo de nossa atividade. Ouvir música com atenção voltada para a beleza. Usar o equipamento aproveitando suas possibilidades e apreciando suas virtudes. Fazer projetos com mais amor, pensando na grandeza dos resultados que serão obtidos. Lutar por uma remuneração decente e por mais tranqüilidade de vida.
Ninguém precisa necessariamente se tornar um hippie, um ermitão, um missionário ou um revolucionário. Porém, precisa se conscientizar de que é preciso subir o nível geral.
Nesta edição, nossos colaboradores mostram seu empenho nessa otimização: acústica e sonorização em detalhes, entrevistas com personalidades, análises de produtos, dicas incríveis, coisas da era digital, enfim, todas as ferramentas necessárias para o desenvolvimento técnico e artístico - e por que não dizer, humano de todos nós.
Leia, e acredite na raça humana. Ainda pode ter jeito.