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quarta-feira, 4 de outubro de 2006
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Dicas para gravação de bateria
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por João Ferraz Filho
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No artigo deste mês vou dar algumas dicas pra quem quer gravar bateria mas está tendo problemas para tirar aquele som desejado.
Em primeiro lugar, simplifique. Aprenda a tirar um bom som usando o mínimo de equipamento e, a partir daí, vá evoluindo. Com três microfones bem posicionados, sendo dois como overheads e um no bumbo, já é possível gravar um disco. Há quem diga por aí que quanto menos mics, melhor o som. Obviamente que, com tempo, experiência e dinheiro, você vai testando opções mais arrojadas.
Sempre procure enxergar o projeto como um todo. O som final que você irá conseguir não será somente determinado pelo equipamento e como você o usa, mas também pelo baterista, pela bateria e pela sala de gravação. Tente sempre extrair o máximo de cada um.
Aprenda um básico de afinação e um pouco sobre o instrumento em si, como ele funciona. Para estar bem preparado, é sempre bom ter um pequeno kit à mão com chave de afinação e abafadores.
Sempre procure salas que soam bem. Uma boa sala faz uma enorme diferença no som gravado. Pense em salas largas com pés direitos altos, chão de madeira etc. Talvez a grande sala com chão de tábua corrida da casa da sua mãe pode lhe gerar resultados que você nem imagina (só toma cuidado para seu vizinho não chamar a polícia, devido ao sutil barulho que você vai fazer).
Depois de encontrar a sala, procure nela o melhor ponto para posicionar o microfone. Ás vezes, um posicionamento não muito convencional é a chave do sucesso. Sempre lembrando que o músico tem que estar sempre confortável, pois você depende de uma boa performance dele.
Selecione os tipos de microfones usados: normalmente, os dinâmicos para microfonação de perto, como caixa, bumbo, tons. (reservando os mics de diafragma largo para o bumbo) e condensadores para ambiência, hi-hats etc. Não que isso seja uma regra. Experimentação é sempre bem-vinda. Não tenha medo de tentar coisas diferentes, porque soar bem é o que importa. Um detalhe importante é que, se você for utilizar de microfonação em estéreo, procure usar a regra de 3 para 1* para minimizar a distorção de fase. Outro truque para se livrar de problemas de fase seria angular os microfones em vez de posicioná-los paralelamente à pele, pois a reflexão entre superfícies paralelas é sempre mais complicada.
Como consideração final, diria que para aquela mexida final nos posicionamentos de microfones, utilize os seus ouvidos e não seus olhos. Algo pode lhe parecer bem colocado e não soar bem. Como em todas as situações dentro do estúdio, só muito trabalho e estudo vai nos levar a um estágio acima. Então, mãos à obra pessoal!
Bom trabalho e boa sorte!
* A regra 3 para 1: A distância entre um microfone e seu respectivo par seria a mesma do instrumento, formando assim, um triângulo.
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SOBRE O AUTOR |
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Confira nesta coluna exclusiva dicas sobre como tirar o melhor som no seu estúdio. João Ferraz Filho é engenheiro de som, com formação pela Berklee (EUA), e sócio do estúdio Lontra Music, no Rio.
Para entrar em contato, escreva para joaoferraz@lontramusic.com.
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