![]() Tecnologia e Arte - Miguel Ratton
Opiniões, ideias e novidades sobre tecnologia, música e áudio
Postado por Miguel Ratton em 25/10/2011 às 19:42
Não faz muito tempo, fui chamado para dar uma assessoria na parte acústica da reforma de um pequeno auditório corporativo, orientado para workshops, palestras e apresentações do tipo happy hour. Depois de efetuar as medições acústicas do local, recomendei algumas intervenções, basicamente painéis difusores e materiais de absorção. Nada extravagante, tudo bastante convencional. Mas os proprietários do auditório acharam que os painéis não iriam combinar bem com a concepção estética idealizada para o local e também alegaram que o custo de confecção deles seria alto. Pediram então para eu avaliar outras opções de material acústico, que, na opinião deles, combinariam melhor com a estética do auditório. Analisando as características acústicas do material sugerido, informei que aquelas alternativas não seriam a melhor solução para os problemas acústicos observados no local e tentei ainda sugerir algumas adaptações estéticas aos painéis que eu havia recomendado. Nada feito. A conclusão que chegaram foi de que já haviam investido muito na reforma, nas poltronas e na iluminação, e aqueles painéis nas paredes estragariam a concepção original.
Certa vez, um amigo me pediu para opinar sobre um sistema de sonorização que seria instalado no auditório de uma associação, que também estava sendo todo reformado. Olhando a planta do local, argumentei que a posição prevista para as caixas acústicas provavelmente não seria a melhor opção em termos de ângulo de cobertura e sugeri que ficassem localizadas em outro ponto. Ao que ouvi: "Não, a arquiteta não quer as caixas neste ponto". Numa outra ocasião, fui visitar um teatro recém-reformado, onde provavelmente não faltou verba para a decoração - linda, por sinal. Conversando com um dos funcionários no meio do auditório, percebi que havia algo estranho, e bastou bater palmas para ouvir aquele terrível "trrrrrr". Os painéis coloridos e muito bonitos aplicados às paredes laterais cumpriam sua função estética, mas de nada adiantavam para eliminar o flutter echo. Sempre que visito um cliente, fico imaginando qual a importância que ele realmente dá à acústica. Na maioria das vezes me parece que o condicionamento acústico é a última coisa na lista de prioridades, depois das poltronas, do carpete, das cortinas, do ar condicionado e do telão. O mais impressionante é que esses locais têm como atividade-fim a produção e a reprodução de som lá dentro, seja com palestras, seja com apresentações musicais. Quantas vezes vamos a um auditório de um colégio ou de uma empresa, com uma decoração moderna e bem transada, mas quando alguém começa a falar no microfone é aquela desgraça. Para mim, som e acústica ruim é a mesma coisa que assistir a um filme com a tela inclinada ou com um refletor apontando para a tela. Postado por Miguel Ratton em 08/10/2011 às 18:01
Para quem quiser conhecer boa parte da história do áudio, a AES (Audio Engineering Society) disponibiliza um vasto material em vídeo com depoimentos de algumas das pessoas que contribuiram para a evolução da tecnologia do áudio e da música.
Os temas vão desde o desenvolvimento da gravação multipistas e a primeira transmissão em estéreo até os primórdios da gravação digital e a criação do MP3, com depoimentos de Les Paul, Ray Dolby, Karlheinz Brandenburg, Phil Ramone e outros. Clique aqui para assistir os depoimentos Postado por Miguel Ratton em 06/10/2011 às 16:49
Ainda sobre a Expomusic: nos três primeiros dias do evento o nível sonoro no pavilhão já estava bastante alto, o que em alguns lugares dificultava muito a conversa entre as pessoas. Imagino como ficou no sábado e no domingo. Eu sei que é uma feira de música e todos querem destacar o som de seus instrumentos e amplificadores. O problema é que o som alto generalizado acaba impossibilitando qualquer avaliação que se queira fazer.
Parabéns à Santo Angelo, que montou um auditório fechado para suas atrações, usando paredes duplas e tratamento acústico. Postado por Miguel Ratton em 06/10/2011 às 16:44
A impressão que tive na Expomusic deste ano foi de otimismo e boas perspectivas. Percebi um amadurecimento muito grande da indústria nacional - comercial e tecnicamente. Apesar da entrada cada vez maior de produtos vindos do outro lado do mundo, vi uma meia-dúzia de amplificadores digitais sendo fabricados no Brasil, o que mostra que há gente que acredita que investindo em conhecimento é possível chegar ao nível dos melhores produtos do mundo.
Também percebi um interesse muito grande dos fabricantes estrangeiros em nosso mercado, não só por causa da crise lá fora mas também pelo crescimento econômico do nosso país. Afinal de contas, não se pode desprezar o potencial de milhões de brasileiros que ascenderam à classe de consumidores nos últimos anos. Tomara que todas essas expectativas se concretizem. Postado por Miguel Ratton em 29/09/2011 às 10:39
No final de 1988, um grupo que participou do primeiro curso de MIDI que lecionei numa escola de música no Rio, começou a se reunir para trocar ideias sobre instrumentos musicais eletrônicos e áudio. O grupo foi crescendo e os assuntos foram ficando cada vez mais interessantes, e então tivemos a ideia de criar a Associação Brasileira de MIDI e Tecnologia Musical (MTM), que durou pouco menos de cinco anos mas serviu para que várias pessoas compartilhassem seus conhecimentos e opiniões. Chegamos até a promover dois seminários nacionais.
Foi numa daquelas animadas reuniões que tive a felicidade de conhecer o Sólon do Valle, que já sabia muito e explicava tudo com a maior boa vontade, e que logo depois começou a editar um jornalzinho chamado "Música & Tecnologia". Deu no que deu! página 2 de 2
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